Espuma desconhecida faz Cedae cortar por 14 horas fornecimento de água no Rio

Cerca de 11 milhões de pessoas são afetadas; serviço foi restabelecido por volta das 19h30 desta segunda após análise

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Rio de Janeiro

O fornecimento de água da principal estação de tratamento do Rio de Janeiro ficou interrompido por 14 horas desta segunda-feira (28) em razão da presença de uma espuma de origem desconhecida no rio Guandu.

A principal suspeita é de que se trata do vazamento de rejeitos industriais de substância presente em produtos de higiene, como detergentes. A produção ficou interrompida das 5h até as 19h30, quando análises laboratoriais indicaram, segundo a Cedae (Companhia de Águas e Esgotos), ausência de risco na qualidade da água.

De acordo com a Cedae, o sistema Guandu atende a mais de 11 milhões pessoas, e a medida foi tomada para garantir a segurança hídrica da população.

Espuma de origem desconhecida interrompe fornecimento de água no Rio de Janeiro; mais de 10 milhões de pessoas são atingidas - Divulgação/Cedae

"O protocolo de contingência da Cedae foi acionado em razão das alterações da qualidade da água bruta (não tratada). Técnicos da Companhia monitoram continuamente as condições do manancial até que a concentração deste material não represente risco e, assim que a situação for controlada, a operação da ETA [estação de tratamento de água] será retomada. A companhia pede que a população economize água", afirmou a Cedae, em nota.

A Cedae afirma ter indícios de que o vazamento já foi interrompido e prevê que a captação de água seja retomada até o fim do dia. A distribuição de água só deverá ser normalizada três dias após o restabelecimento da operação da estação de tratamento.

"A espuma veio muito forte e agora reduziu. Foi uma onda que passou", disse Daniel Okumura, diretor de Saneamento e Grande Operação da Cedae.

O presidente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Philipe Campello, disse que o órgão ambiental não foi informado por nenhuma indústria sobre o vazamento de rejeitos. A ausência desta notificação já configura, para ele, um crime ambiental. O órgão vai apurar a origem do despejo.

"Vamos verificar se foi alguma falha operacional de uma planta industrial licenciada. Ela é obrigada a avisar a ocorrência de vazamentos para que os órgãos ambientais tomem medidas. Já há inconformidade tanto no lançamento como na ausência de comunicação", disse Campello.

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente realizou operação para apurar a origem do material. Foram colhidas amostras que ainda serão analisadas.

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