Descrição de chapéu Obituário Antonio Carlos Mathias Coltro (1953 - 2023)

Mortes: Juiz, trabalhou de forma incansável

Antonio Carlos Mathias Coltro nunca mudou o jeito simples de ser

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O semblante sereno de Antonio Carlos Mathias Coltro, visível nas fotos do respeitado jurista paulistano, esconde o passado de guitarrista em uma banda de rock na adolescência. Como juiz, trabalhou de forma incansável e foi um eterno estudioso.

Ele nasceu em São Paulo e, com cerca de dez anos, mudou-se para Ribeirão Preto (a 291 km da capital). Seu pai, dono de uma imobiliária, decidir ir para o interior para morar mais perto do irmão. Antonio Carlos era o filho mais velho da família —tinha duas irmãs mais novas.

A magistratura não era um caminho evidente para ele na juventude. Segundo a família, pensava em ser arquiteto. Mudou de ideia por insistência do tio, Romeu Coltro, ele próprio juiz e uma espécie de herói para o sobrinho. Estudou na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto Laudo de Camargo.

Homem vestido com terno e gravata, calvo e com bigode grisalho, ao lado de quadro com sua imagem em parede de madeira
Antonio Carlos Mathias Coltro (1953 - 2023) - Reprodução/TRE-SP

Os tempos da banda de rock já haviam passado quando ele conheceu Mara, uma estudante de biologia da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), com quem se casaria anos mais tarde. Encontraram-se na casa de uma tia de Mara —ele era amigo de primas dela. A vida social, cheia de amigos, chamou a atenção da moça.

"Ele era aquela pessoa que tirava a própria camisa pelo amigo", diz Mara.

Coltro tornou-se juiz em 1978, dois anos após se formar, e foi um dos mais jovens de sua época. O casamento foi logo depois.

Nos primeiros anos, ele atuou em varas do Judiciário paulista de Jardinópolis, Rancharia e da capital. As horas a fio que ele dedicava ao trabalho impressionavam a família.

Seu filho mais novo, Guilherme, tinha cerca de cinco anos quando disse à mãe que o juiz deveria ser enterrado acompanhado da máquina de escrever, para continuar fazendo o que mais gostava após a vida. Nessa época, Coltro deveria ter pouco mais de uma década de magistratura.

Nas décadas seguintes, chegou a vice-presidente do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, tornou-se desembargador e integrou o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo. Entre 2014 e 2015, presidiu o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo).

"Mesmo com todas as conquistas e laureações que cercam a magistratura, meu pai nunca mudou o jeito de ser. Sempre se manteve simples, nunca cantou suas vitórias e sempre se manteve imparcial e extremamente dedicado", escreveu o filho Antonio Carlos.

Coltro era conhecido na família como um avô brincalhão, um pai generoso e um marido dedicado. Tratou um câncer de pâncreas durante um ano e dez meses. Durante um período de cerca de cem dias, em que ficou livre dos sintomas do tratamento, trabalhou em tempo integral e voltou à rotina familiar.

Ele morreu no dia 7 de agosto, deixando a mulher, dois filhos e dois netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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