Descrição de chapéu Obituário Neide Lorenzoni de Oliveira (1932 - 2023)

Mortes: Vovó Neiduca foi cuidado, força e sensibilidade

Neide Lorenzoni de Oliveira viveu para a família e seu tricô

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Curitiba

Amante da música clássica, que a fez sonhar em ser pianista, Neide Lorenzoni de Oliveira viu o destino lhe apresentar outros caminhos. A família foi seu suporte e sua dedicação maior.

A mais velha de quatro irmãs descendentes de italianos, Neide ajudou, desde cedo, a cuidar de todos. Carinhosamente conhecida como Neiduca, Neidoca, Mama e Bisa, ela nasceu na capital paulista em 1932, época difícil para as mulheres, que ainda não haviam conquistado seus direitos.

Contudo, teve astúcia e coragem para enfrentar as diversidades, segundo o neto Tiago Pariz. "Desde a infância, ela revelou sua força interior ao batalhar incansavelmente por sua independência."

Neide Lorenzoni de Oliveira (1932 - 2023)
Neide Lorenzoni de Oliveira (1932 - 2023) - Arquivo pessoal

O neto lembra as incertezas que moldaram o caminho da família, levando-os a residir em mais de 30 casas distintas ao longo dos anos. "Cidades variadas, de São Paulo a Cuiabá, testemunharam as etapas dessa jornada, com a perseverança de minha avó diante das flutuações da vida."

A neta Paula Pariz destaca os ofícios de Neide. "Trabalhadora incansável, desbravou diversas ocupações, desde seu papel como secretária na Lanofix até sua habilidade na culinária, tanto para cozinhar para fora quanto em trabalhos domésticos."

A dedicação à família se destacou. "Ela era uma presença constante, apoiando, cuidando e desafiando conforme a ocasião demandasse", diz a neta. "A força de sua personalidade revelava-se nas lágrimas que fluíam, expressando a profundidade de suas emoções, fossem de tristeza ou alegria."

Entre suas paixões estava o esporte. Era fã de vôlei e do Palmeiras. "Sempre me ligava para comentar o jogo do Palmeiras e incentivava a gente a viver e não ficar vendo a vida passar", destaca Tiago.

Mas seu amor mesmo foi pelo tricô. "Sua maestria no tricô impressionava. Tenho o privilégio de possuir muitas peças feitas por suas mãos habilidosas", observa o neto.

Ele recorda que a avó estava sempre preocupada em fazer blusas de tricô para quem pedisse. Era seu passatempo.

Com o passar dos anos, e os olhos já cansados, ela enfrentou com bravura o processo de envelhecimento. "Mesmo não escutando nem vendo direito, continuou fazendo tricô. Mesmo dando errado, ela desmanchava os pontos e refazia até acertar. Ficava brava, chorava, mas não desistia. E sempre mandava a gente tirar foto com a peça e mandar para ela", diz Paula.

Seu cuidado e carinho eram constantes. "Teve força para batalhar, sem medo de trabalhar. Teve muito amor pela família, sem medo de demonstrar sentimentos", afirma a neta.

Neide morreu em 2 de agosto, em Sorocaba (SP), devido a uma infecção generalizada. Deixa duas irmãs, dois filhos, três netos e três bisnetas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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