Descrição de chapéu Obituário Cleyton Silvestre Paiva (1976 - 2023)

Mortes: Fez da alegria do samba seu ritmo de vida

Tocador de reco-reco, Cleyton Silvestre Paiva nutria amizades por onde passava

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São Paulo

A vida de Cleyton Silvestre Paiva sempre esteve ligada ao samba. Tocador de reco-reco, ele fazia percussão na Escola de Samba Estrela do Terceiro Milênio, na região do Grajaú, na zona sul da capital paulista, e tocava em grupo de pagode dos anos 90 de um primo e em bares da região.

Em um desses bares, há 15 anos, ele conheceu Fabiana Cristina Cordeiro, 43, com quem iniciou uma grande amizade. Após um período distantes, eles se reencontraram há cinco anos e começaram a namorar. Os dois vinham de outros relacionamentos. Cleyton já tinha uma filha, Mayra, 22, e ganhou três enteados: Bianca, Guilherme e Vinicius.

Com o ensino fundamental completo, ele era ajudante de pedreiro e passou a trabalhar com Fabiana em personalização de copos e camisetas para eventos.

Cleyton Silvestre Paiva (1976 - 2023) toca reco-reco
Cleyton Silvestre Paiva (1976 - 2023) - Reprodução Facebook

"Cleyton era muito ativo, alegre e espontâneo. Tinha muitos amigos. Amava churrasco e toda quarta-feira fazia comida em casa, um arroz com feijão maravilhoso, meus filhos amavam", conta Fabiana. "Ele amava dançar samba-rock, conversar e tocar samba."

"A gente noivou em 15 de outubro do ano passado, no aniversário dele, e ia casar dia 14 de outubro agora. Estávamos correndo atrás de sítio, da preparação, mas não deu tempo, infelizmente."

Diabético, Cleyton sofreu uma paralisia facial há dois anos, quando os médicos descobriram que ele também tinha hipertensão. Nessa época, ele começou a morar com Fabiana. Com o passar do tempo, ele melhorou.

Há três meses, no entanto, sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico, que comprometeu sua movimentação e sua fala. A princípio, no atendimento da AMA (Assistência Médica Ambulatorial), o médico achou que era uma inflamação no ombro e receitou medicação para isso.

Depois de três dias, foi levado a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com o diabetes descompensado e pressão alta. O médico, então, suspeitou que ele havia sofrido um AVC, o que foi confirmado em uma tomografia. Uma ressonância magnética, porém, mostrou outro problema: um glioma, um tipo de câncer no cérebro.

Ele foi, então, internado no hospital de Parelheiros, onde seria operado para retirar o tumor. No dia da cirurgia, porém, ele estava com pneumonia, o que impossibilitou o procedimento.

"Ele se curou da pneumonia e ficou 15 dias tomando medicação na veia e alimentação por sonda. De lá para cá, nunca mais retirou", diz Fabiana.

Após 37 dias internado, os médicos avisaram que Cleyton voltaria para casa para ficar no atendimento paliativo. Dez dias depois, teve infecção urinária. Levado para o Hospital Municipal de Capela do Socorro, ficou internado até morrer, no dia 16 de julho, aos 46 anos, de parada cardíaca após uma sepse.

Ele deixa a noiva, a filha, três enteados e muitos amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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