Descrição de chapéu violência

Guarujá tem mais duas mortes em ação da PM, e total desde operação chega a 18

Suspeitos foram atingidos em supostas troca de tiros; também nesta terça um delegado da PF foi baleado na cidade, que vive onda de violência

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São Paulo

Dois homens foram mortos a tiros em supostos confrontos com policiais militares do Baep (Batalhão Especiais de Ações Especiais de Polícia) na tarde desta terça-feira (15), em Guarujá, no litoral de São Paulo.

Com eles, chega a 18 o total de mortes em ação policial na região da Baixada Santista desde o início da Operação Escudo, no fim de julho.

As duas novas mortes ocorrem no mesmo dia em que um delegado da Polícia Federal foi baleado e, segundo entidade, está em estado grave.

Movimentação de policiais militares do Baep, durante ação da Operação Escudo em Guarujá (SP) - Danilo Verpa - 31.jul.23/Folhapress

O primeiro caso desta terça, segundo a Polícia Militar, foi no fim da manhã, na região de Vicente de Carvalho —que concentra grande parte das mortes da operação da PM paulista. O outro, por voltas das 15h50 no bairro Santa Rosa.

De acordo com a prefeitura, no início da tarde o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para atender a uma ocorrência de disparos de arma de fogo no bairro Pae Cará, em Vicente de Carvalho.

"A equipe chegou ao local às 13h, mas o atendimento já estava sendo realizado pelo Grupo Resgate Atenção das Urgências e Emergência [GRAU], do Corpo de Bombeiros. O homem foi socorrido ao Pronto-Socorro de Vicente de Carvalho, mas veio a óbito", afirmou a administração municipal.

Na segunda morte, disse a PM, o confronto com os agentes do Baep ocorreu volta das 15h50 na rua Vereador Jorge Moura, na Vila Santa Rosa.

O homem foi socorrido e levado à unidade de Pronto Atendimento Dr. Matheus Santamaria (UPA Rodoviária), mas não sobreviveu.

Em nota, a Polícia Militar disse os dois suspeitos dispararam contra equipes do 1º e 13º do Baep, respectivamente.

As equipes, afirmou o texto, intervieram atingindo os suspeitos. Com eles, conforme a PM, foram encontrados uma pistola e um revólver. "Um deles, de 37 anos, tinha antecedentes criminais", afirmou. Os casos estão sendo registrados nas delegacias da região.

Com 16 mortes antes desta terça e já considerada a mais letal da polícia paulista desde o massacre do Carandiru, em 1992, a Operação Escudo foi deflagrada no mês passado após o assassinato do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Patrick Bastos Reis, baleado no dia 27 de julho em Guarujá.

A ação tem sido alvo de críticas em meio a denúncias de supostos abusos e de mortes de pessoas não vinculadas ao crime organizado —o que tem sido rebatido tanto pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quanto pelo secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

O efetivo da operação ultrapassou 600 policiais. Três suspeitos foram presos e se tornaram réus pelo assassinato do soldado.

Em suas redes sociais, na última quarta-feira (9), Derrite afirmou que ao todo 313 pessoas foram presas na operação, sendo que 113 eram procuradas pela Justiça, e 15 adolescentes foram apreendidos.

O titular da pasta escreveu que a polícia também apreendeu 44 armas e 790 quilos de drogas.

Delegado da PF está em estado grave

O delegado da Polícia Federal baleado nesta manhã está internado em estado grave, segundo o SINPF-SP (Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo) disse ter sido informado pelo pelo Hospital Santo Amaro —a instituição médica não atendeu aos telefonemas da reportagem nem respondeu a email.

Segundo a PF, Thiago Selling cumpria mandado de busca e apreensão quando foi atingido. Ele foi socorrido em uma viatura da própria PF e levado a um hospital da cidade.

Dois suspeitos foram presos com uma submetralhadora, uma pistola, dinheiro e drogas, ainda segundo a corporação

Conforme o sindicato o delegado tem 40 anos e iniciou a carreira como escrivão.

Questionada, a Polícia Militar não informou se a troca de tiros na tarde desta terça foi uma reação ao disparo contra o delegado da PF.

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