Descrição de chapéu violência

Veja quem são os mortos identificados em operação policial na Baixada Santista

Ação com ao menos 16 vítimas foi deflagrada após a morte do soldado da Rota Patrick Reis em Guarujá

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São Paulo

A Operação Escudo, deflagrada pela Polícia Militar de São Paulo após a morte do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Patrick Reis, chegou a 16 mortos em Guarujá e Santos confirmados na última quarta-feira (2).

Ao longo de cinco dias, a ação, que deve ser mantida por um mês na Baixada Santista, já é a mais letal desde o massacre do Carandiru. Entre os mortos estão um homem considerado indigente, um garçom e um ajudante de pedreiro que também teve o cachorro morto a tiros.

Marca de tiro no quarto onde Layrton Vieira de Oliveira, 22, foi morto em Santos - Danilo Verpa - 2.ago.2023/Folhapress

A operação acumula críticas por indícios de excessos, como relatos de tortura e ameaças contra a população local. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, têm rebatido as acusações. Enquanto o mandatário se disse satisfeito, o chefe da SSP afirmou que relatos de abusos e torturas não passam de narrativa.

Veja quem são os mortos pelas forças de segurança na Baixada Santista identificados até o momento, com base no relato de familiares e em boletins de ocorrência.

LAYRTON VIEIRA DE OLIVEIRA, 22

O ajudante de pedreiro Layrton Fernandes da Cruz Vieira de Oliveira, 22, foi morto a tiros quando ainda estava na cama, na casa de um amigo no bairro Jabaquara, em Santos, por volta das 8h40 de terça-feira (1º). Segundo familiares, ele foi baleado por policiais do Baep (Batalhão de Ações Especiais da PM), que também mataram a tiros o cachorro da casa.

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Ajudante de pedreiro Layrton Fernandes da Cruz Vieira de Oliveira, 22, morto pela polícia em Santos - Leitor

FLAVIO SÉRGIO MENEZES DE CABRAL

Segundo relatos de moradores também no Jabaquara, disparos foram ouvidos na manhã de 1º de agosto, cerca de duas horas depois de Layrton ser morto. Flavio morreu após ser alvejado por tiros de fuzil e pistola disparados por policiais militares dentro de uma casa no morro. Duas pessoas que moram a cerca de 20 metros de distância dizem que ele foi executado após dizer aos PMs que tinha registro policial. Os policiais, que não ficaram feridos, disseram que responderam a tiros disparados contra eles.

FILIPE DO NASCIMENTO, 22

Segundo a família, o garçom foi assassinado por policiais militares após ser retirado do barraco onde morava em Morrinhos 4, favela de Guarujá. O corpo foi entregue ao IML (Instituto Médico Legal) sem identificação e reconhecido pela esposa na manhã de quarta-feira (2). Nascimento trabalhava em uma barraca na praia das Astúrias.

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Filipe do Nascimento, 22, que trabalhava como garçom na praia de Astúrias, em Guarujá - Reprodução/Facebook

Fabio Oliveira Ferreira, 40

Segundo boletim de ocorrência, ele foi morto em 28 de julho, às 13h20, na rua Albino Marquês Nabeto, em Guarujá. Segundo o boletim de ocorrência, agentes notaram um homem com atitude suspeita e volume na cintura. Ao tentarem abordá-lo, ele teria tentado sacar a arma, uma pistola Glock de calibre .45. Um dos agentes atirou, e outro tentou pegar a arma de Fabio e também disparou. Ele foi socorrido, mas não resistiu.

Cleiton Barbosa Moura, 24

Cleiton Barbosa Moura, 24, foi morto em 29 de julho, na rua Operária, às 20h25, no bairro Sítio Conceiçãozinha, em Guarujá. Ele, que estaria com uma pistola Taurus de calibre .40, teria corrido de uma casa para o fundo de um beco e disparado contra os agentes. Nesse beco, os agentes relatam ter ouvido o choro de uma criança. Cleiton foi atingido por três vezes, um dos tiros vindo de um fuzil, disseram os policiais. Os agentes relataram apreensão de crack e uma balança, que estavam dentro de uma máquina de lavar.

cleiton barbosa moura usa boné, camisa azul claro, cordão dourado, sorri para foto
Cleiton Barbosa Moura, um dos mortos identificados em operação na Baixada Santista com ao menos 16 vítimas - Reprodução/Redes sociais

Rogério de Andrade de Jesus, 39

Segundo registro de ocorrência, Rogério, morto em 30 de julho, às 7h40, estaria em uma casa e teria apontado uma pistola 380 para um policial. Os agentes patrulhavam um local num morro perto da avenida Brasil, em Guarujá, e entraram no local a partir da indicação de moradores. Como Rogério não teria obedecido a uma ordem para largar a arma e apontou a pistola contra os agentes, um policial disparou um tiro de fuzil. A equipe teria acionado o socorro, que demorou, segundo o boletim, cerca de 50 minutos.

Identificado como indigente

Registrado como indigente em um boletim de ocorrência, o homem foi morto por policiais militares com tiros de fuzil e pistola na tarde de 31 de julho, às 15h10, no bairro Sítio Conceiçãozinha, na periferia de Guarujá. Três PMs afirmaram que o homem teria atirado contra eles. Segundo os agentes, ao lado dele foram encontrados um revólver calibre 38 com numeração raspada e uma mochila. Dentro da bolsa havia um tablete de maconha, um rádio comunicador, uma faca e uma balança.

Evandro da Silva Belém, 35

Morto menos de uma hora antes do homem classificado como indigente, às 14h20 de 31 de julho, Evandro teria trocado tiros com PMs na rua Botafogo, no bairro Pae Cara, área pobre no distrito de Vicente de Carvalho, Guarujá. Os policiais, vindos do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) de Guarulhos, ou seja, os mesmos agentes públicos que teriam matado o suposto morador de rua, patrulhavam becos da comunidade Aldeia quando teria acontecido o confronto.

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