Descrição de chapéu chuva

Alckmin anuncia pacote de R$ 741 milhões para cidades gaúchas afetadas pelas chuvas

Vice-presidente visitou o RS acompanhado de 8 ministros; estado registra 46 mortes devido a temporais

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Lajeado (RS)

Presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou neste domingo (10) um pacote de R$ 741 milhões para financiar as medidas de amparo aos municípios atingidos pelas chuvas e enchentes que já causaram 46 mortes no Rio Grande do Sul.

Neste domingo (10), Alckmin visitou o estado na companhia de oito ministros e do governador Eduardo Leite (PSDB). O vice-presidente assumiu a presidência enquanto Lula está na reunião do G20 em Nova Délhi, na Índia.

Ao todo, 46 pessoas morreram em decorrência das fortes chuvas no estado e 46 estavam desaparecidas até a noite deste domingo, segundo balanço da Defesa Civil gaúcha. O número de pessoas fora de suas casas nas cidades gaúchas também subiu: são 4.794 desabrigadas (dependem de abrigos públicos) e 20.490 desalojadas (podem se acomodar na casa de parentes e amigos).

Vice-presidente Geraldo Alckmin sobrevoa região alagada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, junto com governador do estado, Eduardo Leite
Vice-presidente Geraldo Alckmin sobrevoa região alagada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, junto com governador do estado, Eduardo Leite - Cadu Gomes/Vice-presidência

O vice-presidente liderou a comitiva federal formada por oito ministros, secretários e chefes de autarquia a três municípios do Vale do Taquari, região afetada pelas fortes chuvas. O grupo saiu de Brasília no começo da manhã deste domingo e desembarcou na base aérea de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.

Na comitiva estavam ministros José Múcio (Defesa), Nísia Trindade (Saúde), Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação da Presidência), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Jader Barbalho Filho (Cidades) e Marina Silva (Meio Ambiente).

Também estavam presentes a presidente da Caixa, Rita Serrano, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, e outros representantes dos governos federal e gaúcho.

Da verba destinada ao estado, R$ 80 milhões serão encaminhados pelo Ministério da Saúde para compra de insumos e reconstrução de farmácias, unidades de saúde e sistemas municipais. A pasta inaugurou, no sábado (9), o primeiro hospital de campanha para atender as vítimas, no município de Roca Sales.

Do Ministério da Defesa, R$ 26 milhões serão usados para a operação dos militares na região. São, segundo disse Alckmin, mais de 900 agentes prestando serviços para a recuperação do estado, além de aeronaves, barcos, botes e tratores.

O Ministério do Transporte destinará R$ 16 milhões para recuperação de estradas danificadas e de uma ponte da BR-116 sobre o Rio das Antas, que foi destruída pela cheia.

O Ministério de Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Agrário contribuirá com R$ 125 milhões para a operacionalização do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que comprará produtos da região, para movimentar a economia local, e fará a distribuição para os moradores.

Do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, R$ 185 milhões serão usados para reconstrução e ajuda humanitária. Já da pasta de Cidades e Integração, R$ 195 milhões serão para moradia. O Desenvolvimento Social contribuirá com R$ 57,4 milhões, junto à Previdência Social.

A Receita Federal vai ceder R$ 7 milhões e prorrogou o pagamento de tributos dos afetados pelo desastre natural.

O valor anunciado neste domingo se junta ao R$ 1 bilhão em recursos disponibilizados pelo Banrisul, banco público estadual. Metade desse valor será de financiamento a prefeituras, com a aquisição dos créditos oriundos da compensação de perdas do ICMS dos combustíveis.

Para Eduardo Leite, a pauta habitacional tem prioridade imediata. "Não se trata de fazer alocação de famílias em programa de moradia popular. Se trata de ajudar essas pessoas a reconstruir suas casas", afirmou o governador gaúcho.

Segundo Leite, é preciso pensar em uma solução ambiental de médio a longo prazo em relação à nova zona de risco ambiental que se apresenta, mas também uma em "curtíssimo prazo por causa da reconstrução, que precisa ser a mais rápida possível".

Em paralelo às ações de recuperação das casas atingidas, o ministro Jader Filho anunciou a construção de 1.500 unidades habitacionais extras pelo Minha Casa, Minha Vida para os habitantes de cidades atingidas pelas enchentes.

A comitiva iniciou a visita por Roca Sales, onde dez pessoas morreram vitimadas pela enxurrada do rio Taquari. Acompanhado da ministra Nísia Teixeira, Alckmin visitou o hospital de campanha para acolher casos de média e alta complexidade, erguido pela Força Nacional do SUS (Sistema Único de Saúde), com equipamentos cedidos pelo Grupo Hospitalar Conceição que chegaram à cidade na noite de sábado (9) e a atuação de 20 profissionais de saúde.

A equipe seguiu posteriormente para Muçum, cidade que registrou o maior número de óbitos, 16.

Por último, em Lajeado, Alckmin se reuniu com prefeitos da região no auditório da Universidade do Vale do Taquari (Univates), onde fez o anúncio dos R$ 741 milhões. Na cidade, o grupo se encontrou com prefeitos e empresários da região para viabilizar ações de apoio ao setor privado local.

Segundo Alckmin, é "compromisso do presidente Lula reconstruir cidades atingidas e a recuperação econômica da região na agricultura, indústria e comércio".

Mais cedo, no G20, Lula falou sobre os afetados pelo ciclone no Rio Grande do Sul. O petista foi alvo de críticas por não ter viajado ao estado antes de embarcar para a Índia.

"Primeiro, gostaria de dizer às autoridades aqui presentes que a natureza continua dando demonstração de que precisamos cuidar dela com muito mais carinho. Esta semana, três dias atrás, no meu Brasil, um ciclone, no estado do Rio Grande do Sul, que nunca havia tido ciclone, matou 46 pessoas, quase 50 pessoas desaparecidas", disse.

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