Descrição de chapéu Governo Lula

Paulo Teixeira assume Desenvolvimento Agrário e fala em manter 'amizade incômoda' com movimentos sociais

Ministro afirma que Conab fica sob alçada da nova pasta e que dirigente será escolhido em conversa com Lula

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Brasília

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) assumiu na manhã desta terça-feira (3) o cargo de ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, pasta recriada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em solenidade no auditório da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em Brasília, Teixeira fez um breve discurso em que afirmou que fará uma gestão de portas abertas aos movimentos sociais.

"Iremos trabalhar com porta aberta, em um diálogo permanente, acolhendo sugestões e críticas, naquela 'amizade incômoda'. Venham pra cima."

Paulo Teixeira posa pra foto e faz o L com as mãos
O novo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, na solenidade de transmissão de cargo, no auditório da Conab, em Brasília - Ranier Bragon/Folhapress

O novo ministro, que é um dos principais quadros do PT de São Paulo, fez também vários elogios a Lula e lembrou o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, dizendo que em todas as vezes em que alguém prioriza em sua gestão os mais pobres é derrotado pelas "forças do atraso".

Antigo crítico de movimentos de trabalhadores do campo, em especial do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), Bolsonaro paralisou o programa de reforma agrária e entregou a gestão da área à bancada ruralista, intensificando ação iniciada no governo Michel Temer (2016-2018).

Houve o engavetamento de novas desapropriações e assentamentos, estrangulamento orçamentário do Incra e o desvio do foco para entrega de títulos de propriedade provisórios a antigos assentados.

Em sua fala, Teixeira prometeu ainda que irá contribuir com uma das promessas símbolos de Lula, a de acabar com a fome do país. E fez alusão também a outro símbolo da campanha do petista, a promessa de proporcionar aos brasileiros acesso a picanha e a cerveja.

"Todo brasileiro terá direito ao café da manhã, ao almoço e ao jantar, no mínimo, porque sei que tem a discussão sobre a picanha e a cerveja", afirmou.

Teixeira afirmou que a Conab ficará sob a alçada de sua pasta, descartando uma "gestão compartilhada" com a Agricultura, comandada por Carlos Fávaro, que na gestão Bolsonaro comandava a empresa.

Havia uma discussão no núcleo do governo para vitaminar a companhia de abastecimento, cargo que poderia ser ocupado pelo ruralista Neri Geller (PP-MT), apoiador de Lula.

Caso permaneça sobre a alçada exclusiva do MDA, o principal cotado para assumir o posto é o petista Edegar Pretto, candidato derrotado ao governo do Rio grande Sul, que chegou a ser cogitado para comandar o MDA.

Teixeira afirmou que a escolha do dirigente da companhia será feita em conversa com Lula.

Estiveram presentes da cerimônia, entre outros, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Em sua fala, Alckmin arrancou risos da plateia ao dizer que tinha muita afinidade com o tema por ter cinco alqueires de terra em Pindamonhangaba, sua terra natal.

Gleisi ressaltou a reativação do ministério. "É uma alegria muito grande voltar com o nosso MDA, como a gente sentiu falta desse ministério. É um ministério fundamental para o Brasil."

Teixeira havia sido cotado inicialmente para o Ministério das Comunicações, mas a pasta foi direcionada para a atração de partidos de centro e de direita —no caso, a União Brasil de Juscelino Filho (MA).

Aos 61 anos, o novo ministro estava cumprindo o quarto mandato consecutivo como deputado federal. Com formação na área de direito, sua principal atuação interna dentro do partido era, até então, na área jurídica.

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