Metalúrgica que explodiu em Cabreúva (SP) não tinha licença da Cetesb e foi multada 2 vezes

Segundo órgão ambiental, punição foi por funcionamento irregular e ampliação; ao menos 3 pessoas morreram

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A metalúrgica Tex Tarugos para Extrusão Ltda, onde a explosão de uma caldeira provocou a morte de três pessoas na manhã desta sexta-feira (1º), em Cabreúva (a 78 km de SP), teve a sua licença de operação negada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado) no mês passado.

Segundo o órgão, a licença foi negada —por isso, a empresa não poderia não poderia estar funcionando—, porque ela não atendeu às exigências do órgão estadual durante o processo de licenciamento ambiental.

A metalúrgica acabou multada duas vezes no último dia 15 de agosto por funcionamento irregular e ampliação.

Metalúrgica Tex Tarugos após explosão de caldeira, que provocou mortes e deixou feridos na manhã desta sexta-feira (1º) em Cabreúva (SP) - Portal da Cidade Cabreúva

Procurada três vezes pela reportagem no telefone informado na internet, as ligações para a empresa não completaram.

A Folha questionou a Prefeitura de Cabreúva por email e por telefone se a Tex Tarugos tem alvará de funcionamento, mas a administração municipal não respondeu até a publicação desta reportagem.

O prefeito Antonio Carlos Mangini (PSDB) gravou um vídeo, publicado nas redes sociais oficiais do município na tarde desta sexta, para se solidarizar com as vítimas, mas não falou da situação da empresa junto à prefeitura. Ele esteve no local do acidente.

O registro na Junta Comercial de São Paulo aponta que o inicio das atividades da empresa foi em maio de 2020.

As causas do acidente ainda estão sendo investigadas pela Polícia Civil. A estrutura da metalúrgica, que produz alumínio, ficou completamente destruída após a explosão de uma caldeira.

A empresa fica na rua David Marcassa Lopes, no bairro Pinhal, zona rural de Cabreúva, cidade com cerca de 47 mil habitantes, segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e integra a região metropolitana de Jundiaí.

De acordo com o boletim da administração municipal, divulgado por volta das 17h desta sexta, ao menos 30 vítimas deram entrada na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) e na Santa Casa do município.

Das pessoas socorridas, sete estavam em estado grave e precisaram ser intubadas e transferidas para hospitais da região e da cidade de São Paulo.

Foram enviados ao local ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de São Paulo, Itupeva, Campinas, Jundiaí, Hortolândia, Pirapora do Bom Jesus e da concessionária AB Colinas, que administra a rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, principal ligação para a cidade.

Segundo a Defesa Civil estadual, 13 viaturas dos bombeiros participaram da operação.

Campinas disponibilizou três leitos do seu Centro de Tratamento de Queimados, além de toda a rede de urgência e emergência, para a Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) para o eventual encaminhamento de outras vítimas do acidente para a cidade.

Funcionários da Secretaria Municipal da Saúde de Cabreúva, que estavam de folga, foram recrutados para ajudar no atendimento aos feridos.

A Prefeitura de Cabreúva decretou luto oficial de três dias. Neste sábado (2), será disponibilizado plantão para atendimento psicológico a vítimas e familiares na UPA do Jacaré, das 9h às 11h.

Todos os eventos públicos programados para o fim de semana foram cancelados no município.

Erramos: o texto foi alterado

A explosão da caldeira da metalúrgica deixou três mortos e não quatro como afirmado pela Prefeitura de ​​Cabreúva. O texto foi corrigido.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.