Descrição de chapéu Obituário Ângela Cristina Guidi (1974 - 2023)

Mortes: Preservava as amizades e curtia as coisas simples da vida

Angela Cristina Guidi era sempre a anfitriã dos aguardados encontros familiares

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São Paulo

A relação com as pessoas foi uma das marcas da vida de Ângela Cristina Guidi, uma paulistana nascida no hospital Modelo, no bairro da Liberdade, na região central da capital.

Filha mais velha de Teresa Dias, 67, e Sidney Guidi, 70, ela estudou no Instituto Santa Amália, na Saúde, e se formou em turismo na Universidade Ibirapuera, em Moema, em 2003. Foi uma escolha profissional que representava bem sua facilidade no contato interpessoal, sempre fazendo e mantendo as amizades.

Seu primeiro emprego foi como operadora de turismo na antiga TAM, fazendo reservas no balcão. Seguiu em agências voltadas para turismo corporativo e, nos últimos anos, trabalhava de forma remota, uma vez que já estava morando em um condomínio de casas em Jacareí, a 80 km de São Paulo.

Ângela Cristina Guidi (1974 - 2023)
Ângela Cristina Guidi (1974 - 2023) - Arquivo pessoal

Era lá que ela sempre recebia os encontros familiares, preparando fartas porções de lasanha e seu famoso cheesecake de frutas vermelhas, de muito sucesso na família. "A gente sempre acabava pedindo para ela fazer", conta o irmão do meio, Marco Guidi, 47 —o mais novo é Eduardo, 41.

"Ela era uma pessoa muito família. Para agradá-la não precisava de nada valioso, com qualquer presente ficava muito feliz", lembra o irmão.

Ângela ficou casada por 20 anos antes de se divorciar, há dois. Do relacionamento, nasceu a filha Marcela, 20, com quem morava.

Nos momentos livres, gostava de viajar, passear, conhecer lugares novos. Nos últimos tempos, fazia trabalho artesanal, com linhas de tricô e macramê. Autodidata, aprendeu as técnicas assistindo a vídeos e pesquisando na internet.

"Em casa temos muitos objetos que ela fez para decoração, cobertura de assentos de bancos, de cadeira. Ela tinha o desejo de empreender nessa área, mas era informal", diz Marco.

O sonho de Ângela acabou não se tornando realidade porque, em agosto de 2022, um exame de rotina apontou câncer de intestino. Foi operada em novembro para a retirada do tumor e não ficou nenhum resquício da doença.

"De forma preventiva, o oncologista receitou sessões de quimioterapia de dosagem baixa, mas, infelizmente, foi a quimio que acabou fazendo mal para ela", conta o irmão. "Nas últimas três sessões, ela sofreu paralisia da atividade da medula óssea. O médico confirmou que as doses de quimioterapia podem ter provocado a paralisia."

Com a imunidade muito baixa, acabou pegando uma infecção grave, que acarretou uma sepse muito agressiva. Ficou internada por 30 dias e o coração começou a enfraquecer. Ângela morreu no dia 24 de julho no hospital São Francisco, em Jacareí, aos 49 anos. Ela deixa a filha, os dois irmãos e os pais.

"Fiquei surpresa com a quantidade de amigos que ela tinha", diz a mãe. "Muitas amigas de adolescência ficaram torcendo pela cura dela, chorando e fazendo orações."

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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