Descrição de chapéu Obituário Benjamin Ribeiro da Silva (1952 - 2023)

Mortes: Líder nato, amava pescaria e fez carreira na educação

Benjamin Ribeiro da Silva fundou escola há 52 anos em São Paulo

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São Paulo

Benjamin fazia, toda manhã, as entregas de pão e leite nas redondezas da estação ferroviária de Rancharia, no interior de São Paulo. Mais velho de cinco irmãos, ajudava a família a tocar a padaria, instalada na avenida D. Pedro 2º. Nascido em 1952, logo desenvolveu o talento para contas e negócios.

Foi daí que veio a vontade de tentar ganhar a vida na capital paulista com amigos. "Chegou com uma mão na frente e outra atrás, em 1973. Sempre bom de matemática, foi trabalhar num banco. Foi lá que conheceu minha mãe", diz a filha Roberta Valverde, 45.

Benjamin e Miriam Ribeiro da Silva se casaram em 1975, e o marido de uma irmã dela, professor de matemática, convidou o cunhado para trabalhar em uma escola pequena em Cidade Dutra, na zona sul de São Paulo, perto do Autódromo de Interlagos.

benjamin é branco, tem cabelos castanhos e barba grisalha, sorri para foto, usa terno azul marinho sobre camisa branca, gravata cor vinho
Benjamin Ribeiro da Silva (1952-2023) - Arquivo pessoal

"Começou como um supletivo, ele entrou como sócio. Ele foi dando ideias, ampliaram para educação infantil e criaram uma escola de fato. Hoje ela tem 52 anos e 1.400 alunos", diz Roberta sobre o Colégio Einstein.

Interessado na comunidade do entorno, Benjamin entrou para a maçonaria na região e, daí, ajudou a fundar, em 1984, a Sociedade Beneficente Equilíbrio de Interlagos, conhecida pela sigla Sobei. "A sociedade ajuda hoje entre 8.000 e 9.000 crianças, e ele foi presidente lá por 20 anos." Também foi subprefeito de Santo Amaro na gestão Marta Suplicy em São Paulo.

Do primeiro casamento vieram quatro filhos, incluindo Roberta, e a parceria de vida com Miriam, falecida em 2014, que também se dedicou ao trabalho na sociedade. Enérgico e um líder nato, segundo a filha, dividia o tempo entre o trabalho, a pescaria e as reuniões de família e amigos na fazenda em Tapiraí, no interior paulista.

Eram eventos recheados de "comilança, bebelança e muita história", segundo a revista O Fato, que homenageou Benjamin com histórias da infância em Rancharia e da participação nos carnavais e em times de futebol.

Benjamin também foi presidente do Sindicado dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo. Durante a pandemia de Covid-19, defendeu a prioridade de vacina para professores, a reabertura de escolas e vouchers para ajudar famílias a manterem os filhos matriculados nas escolas. No ano passado, recebeu da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo a medalha Ordem do Mérito MMDC.

Um acidente em 2019 na fazenda, com fraturas, complicou a saúde de Benjamin nos últimos anos. Ele morreu em 25 de agosto, aos 71 anos, por falência de múltiplos órgãos. Deixa cinco filhos, o último deles do segundo casamento, com Fátima Ribeiro da Silva, e sete netos, que adorava. "Tinha um coração gigante", diz a filha Roberta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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