Descrição de chapéu Obituário Mauricio Martusevicius (1997 - 2023)

Mortes: Uniu várias famílias em uma só

Mauricio Martusevicius não era o centro das atenções, mas cativava todos ao seu redor

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São Paulo

Mauricio Martusevicius não era uma pessoa falante, daquelas que chegam e conversam com todo mundo em um ambiente. Ao contrário, sempre foi muito discreto, tímido e gostava de ter conversas mais cultas, o que chamava muito a atenção. Essa alma antiga fazia com que as pessoas gostassem dele logo de cara.

"Desde pequeno, o Maurício era um idoso no corpo de uma criança, depois era um idoso no corpo de um adolescente. Sempre foi muito responsável, nunca deu trabalho para nada, nem quando criança", conta a gerente de RH Denise Machado del Padre, 49, uma das pessoas que entraram e ficaram na vida dele.

Denise foi namorada do pai de Mauricio, Joubert Martusevicius, 48. "Nós tínhamos uma afinidade muito grande. Ele me chamava de mãe postiça, e minha mãe era como se fosse a avó dele. E eu fiquei muito amiga da mãe dele, a Glaucia", diz Denise, que acompanhou boa parte da infância de Mauricio.

Maurício Martusevicius (1997 - 2023) com a camisa do São Paulo FC ao lado de vários torcedores no estádio do Morumbi
Maurício Martusevicius (1997 - 2023) - Arquivo pessoal

Quando os pais de Maurício se casaram novamente, os novos agregados se somaram à grande família. O padrasto, Adalberto Saeta, 49, acabou virando um segundo pai, sempre atuante na educação do enteado. Inclusive, Maurício se tornou são-paulino por influência de Saeta.

"E a madrasta, Viviane, se juntou aos pais e ao padrasto para formar um time para cuidar do Maurício durante todo o tratamento. Ele conseguiu unir todas as famílias! A família do pai, da mãe, do padrasto, da madrasta e da mãe postiça (eu)", diz Denise, lembrando-se de outra pessoa que se juntou à trupe, a namorada de Maurício, Laryssa Tramontino, 27.

Maurício descobriu que tinha câncer em julho de 2021, mesmo ano em que se formou na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo. A doença já havia atacado o pâncreas e o fígado.

Com o tratamento feito na Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer), entidade parceira do hospital Santa Marcelina, na zona leste de São Paulo, os tumores reduziram. Os médicos disseram, em janeiro deste ano, que seria possível fazer uma cirurgia para retirar o tumor do pâncreas enquanto ele esperava na fila de transplante do fígado. Mas não deu tempo.

"Tudo estava encaminhado e ele chegou a ficar internado, preparando-se para a cirurgia. Mas, na véspera, descobriram que o câncer era muito agressivo, e o médico ficou com medo de que as células cancerígenas se espalhassem. Mesmo assim, depois deu metástases nos ossos e nos pulmões", lembra-se Denise.

Em junho, os médicos falaram que não havia mais tratamento. Mesmo com dores, Maurício trabalhou em um escritório de advocacia em São Bernardo até o fim.

"Foi um final muito sofrido. Como houve metástase na coluna, ele sentia muita dor. Os médicos falaram que esses dois anos já foram um milagre", diz Denise.

Maurício Martusevicius morreu dia 3 de agosto, aos 26 anos. Ele deixa os pais, a irmã Lívia, 18 (por parte de mãe), a namorada e uma grande família de agregados.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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