Descrição de chapéu Datafolha Parques de SP

Quase um terço dos paulistanos aprova concessão de parques municipais

Para 35% dos entrevistados pelo Datafolha, serviço segue igual, enquanto 18% acham que houve piora

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São Paulo

A concessão de parques públicos de São Paulo à iniciativa privada é tema que divide a população da cidade. Para 28% dos paulistanos, os serviços oferecidos melhoraram depois que parques como Ibirapuera, Trianon e Lajeado passaram a ser administrados por empresas privadas.

Para mais da metade da população, no entanto, a mudança na gestão não trouxe melhora para as áreas de lazer: 35% consideram que a situação continua igual, e 18% acham que o serviço piorou. Há ainda 20% de paulistanos que não souberam opinar sobre o assunto.

Os dados foram coletados pelo Datafolha, que ouviu 1.092 moradores da capital paulista, entre terça (29) e quarta-feira (30). A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.

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Visitantes pedalam e fazem caminhada no parque Ibirapuera, hoje administrado por uma empresa privada. - Eduardo Knapp - 25.jan.2022/Folhapress

Atualmente, oito parques urbanos de São Paulo são administrados por duas concessionárias, que têm entre suas obrigações implementar melhorias e fazer a manutenção dos espaços em troca de explorá-los comercialmente. O primeiro lote de parques, que inclui o Ibirapuera e outros cinco equipamentos localizados em regiões periféricas, foi concedido em 2019, e o segundo, com o Trianon e o Mário Covas (ambos na avenida Paulista), em 2022.

De acordo com a pesquisa, a avaliação positiva sobre as concessões é maior entre a parcela mais rica da população. Considerando os entrevistados com renda familiar superior a 10 salários mínimos por mês, 40% disseram que os serviços estão melhores agora, em comparação à época em que eram oferecidos pela prefeitura.

Esse é o único perfil de renda em que a percepção de melhora ultrapassa a impressão de que a qualidade dos serviços se mantém igual.

A população que recebe até dois salários mínimos é a que faz a pior avaliação sobre a administração privada, embora não se afaste muito da média: 26% consideram os serviços melhores hoje, e 19% acham que a situação dos parques piorou.

Ao se analisar os dados a partir da faixa etária da população, cresce entre os mais velhos a opinião de que as condições dos parques pioraram —assim responderam 22% dos entrevistados com 60 anos ou mais.

Em contrapartida, a opinião é compartilhada por apenas 9% dos paulistanos de 16 a 24 anos. Nesse grupo, 44% responderam que os serviços continuam iguais.

A pesquisa mostra também que os moradores de cada região da cidade têm perspectivas diferentes sobre o tema. No centro e na zona oeste, por exemplo, 35% dos entrevistados avaliam que o serviço melhorou, enquanto nas zonas norte e leste 25% pensam dessa forma.

A avaliação dos paulistanos sobre as concessões de parques também varia conforme opinião dos entrevistados sobre o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Entre aqueles que consideram boa ou ótima a sua administração, 39% disseram que os serviços melhoraram e 13% que pioraram.

Já entre aqueles que consideram ruim ou péssimo o atual prefeito, 24% enxergam melhora nos serviços, enquanto 27% acham que eram melhores antes, quando oferecidos pela administração municipal.

Ao considerar a intenção de voto dos entrevistados para as eleições municipais de 2024, os eleitores de Guilherme Boulos (PSOL) formam o grupo com maior rejeição às concessões dos parques. Para 22% os serviços melhoraram, enquanto 25% enxergam piora após mudança na administração.

Entre os paulistanos que declararam intenção de voto no prefeito Ricardo Nunes, 36% disseram que os serviços estão iguais, 33% que melhoraram e 12% que estão piores hoje.

Concessões de parques municipais de São Paulo

O projeto de conceder o parque Ibirapuera à gestão privada foi concebido ainda durante a gestão de João Doria (então no PSDB) na prefeitura de São Paulo. A medida, porém, só foi sair do papel no final de 2019, quando o sucessor Bruno Covas (PSDB) era prefeito.

A empresa vencedora da licitação foi a empreiteira Construcap, sob a marca Urbia, com o lance de R$ 70,5 milhões. Pelo direito de exploração comercial do espaço por 35 anos, a concessionária assumiu o compromisso de investir pelo menos R$ 167 milhões em melhorias no local.

A empresa também assumiu a administração de outros cinco parques, a maioria em bairros periféricos da cidade: Eucaliptos, Lajeado, Tenente Brigadeiro Faria Lima, Jacintho Alberto e Jardim Felicidade.

Já os parques Trianon e Mário Covas são de responsabilidade do consórcio Borboletas, formado pelas empresas Farah Service e Cidade Matarazzo. O grupo pagou R$ 3,3 milhões ao município para assumir a gestão dos equipamentos por 25 anos.

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