Relembre as principais tragédias causadas pela chuva no país na última década

Na mais recente, no Rio Grande do Sul, já foram confirmadas 46 mortes

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Salvador

O Rio Grande do Sul já registra 46 mortes causadas pelos fortes temporais deste mês, de acordo com mais recente balanço do governo estadual.

Em junho deste ano, o estado também foi afetado pelas chuvas, após a passagem de um ciclone que causou 16 mortes, até então o que havia sido classificado como o maior desastre natural relacionado a chuvas intensas, em quatro décadas, no estado, segundo a Defesa Civil.

Com esses dois episódios e as mortes registradas no litoral paulista no começo deste ano, já passam de 2.000 os óbitos relacionados a chuvas na última década.

Danos causados pela chuva em Roca Sales, cidade do Rio Grande do Sul
Danos causados pela chuva em Roca Sales, cidade do Rio Grande do Sul - Diego Vara/Reuters

Só de 2013 a 2022, foram 1.899, segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com base em dados do Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Relembre outras tragédias registradas no país nos últimos dez anos.

RIO GRANDE DO SUL - junho de 2023

Antes das fortes chuvas recentes que atingiram o estado e parte de Santa Catarina, o Rio Grande Sul foi atingido por um ciclone que deixou 16 mortes, em junho deste ano.

Como dito anteriormente, até aquele momento, tal ciclone e as vítimas causadas por ele tinham sido classificados, segundo a Defesa Civil do estado do Rio Grande do Sul, como o maior desastre natural relacionado a chuvas intensas, em quatro décadas.

SÃO SEBASTIÃO (SP) — fevereiro de 2023

As chuvas que atingiram São Sebastião deixaram 64 mortos entre os dias 18 e 19 de fevereiro deste ano. À época, Ubatuba também registrou um óbito relacionado aos temporais.

Os volumes de chuva registrados no evento foram "excepcionais e recordes para a cidade", segundo a Defesa Civil de São Sebastião. Na ocasião, na Barra do Una, Juquehy, Cambury e Boiçucanga choveu mais de 400 milímetros em um período de quatro horas. Em algumas estações, os volumes ultrapassam 600 milímetros em 24 horas.

O índice pluviométrico refere-se à quantidade de chuva por metro quadrado em determinado local e período. Nesse cálculo, 1 mm de chuva equivale a 1 litro de água por metro quadrado. Assim, no caso em que o volume de chuva registrado é de 600 mm, significa que choveu 600 litros de água para cada metro quadrado.

Todos os dados em relação ao evento foram enormes. Segundo o Corpo de Bombeiros, houve um número recorde de chamadas para socorro. Só para São Sebastião foram 481 solicitações.

BAHIA — 2021

Em dezembro de 2021, ocorreu a pior tempestade dos últimos 35 anos no extremo sul do estado.

Foram mais de duas dezenas de mortes decorrentes do evento.

A tempestade começou no extremo sul e se espalhou por outras regiões do interior do estado. Mais de 50 cidades ficaram em situação de emergência, com mais de 6.000 pessoas desabrigadas e mais de 15 mil desalojadas.

Itabuna, Itamaraju e Jucuruçu foram as cidades atingidas com mais força pelas chuvas naquele dezembro. Houve cheias em rios, deslizamentos de terra, destruição de casas, bloqueios em rodovias, rompimentos de pontes e transbordamentos de barragens.

PERNAMBUCO — 2022

Morreram 128 pessoas nas chuvas em Pernambuco em maio de 2022.

O número de desabrigados foi de 9.609 pessoas, alojados, à época, em 126 instituições, como escolas e entidades públicas, de 26 municípios.

O volume de chuva previsto para o mês de maio em Recife era de 328,9 milímetros. Em um intervalo de 12 horas, foram registrados 236 milímetros de precipitação, ou seja, 70% do previsto para todo o mês.

Equipes de resgate tiveram que atuar em mais de dez pontos de deslizamento.

A tragédia superou as cheias de 1975, quando 107 pessoas morreram no estado. A enchente de maio de 1966 matou 175 pessoas e continua sendo considerada o maior desastre da história de Pernambuco.

PETRÓPOLIS — fevereiro de 2022

Chuvas fortes em fevereiro de 2022 devastaram a cidade e deixaram 235 mortos e dois desaparecidos.

No dia 15 de fevereiro daquele ano, data da tragédia, caíram sobre Petrópolis 259,8 mm de chuva. Foi o maior volume registrado na cidade desde 1932, quando a medição começou a ser feita pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

O Morro da Oficina foi uma das áreas mais afetadas pela forte chuva naquele mês. No local, mais de 90 pessoas foram encontradas mortas.

Os deslizamentos de terra, mais uma vez, foram uma das consequências mais impactantes da chuva volumosa em um curto espaço de tempo.

SÃO PAULO — janeiro 2022

Mais de duas dezenas de pessoas morreram devido a fortes chuvas em São Paulo e arredores em janeiro de 2022.

A área mais atingida foi Franco da Rocha. Ali um deslizamento na rua São Carlos matou sete pessoas de uma mesma família.

Mais uma vez, alagamentos e deslizamentos de terra foram pontos de atenção.

Mais de um ano após a tragédia, famílias continuam morando em áreas atingidas, em imóveis interditados. Na frente dessas casas há um "X" na parede, pintado pela Defesa Civil municipal. É um sinal de que ali há riscos e de que o imóvel deveria estar desabitado.

MINAS GERAIS — janeiro de 2020

Enquanto a média histórica de chuvas para janeiro na região era de 329,1 mm, mesmo antes do fim de janeiro de 2020, Minas Gerais já tinha observado 814,9 mm de precipitação.

O resultado foram 53 mortes no estado naquele mês, mais uma vez, a maioria por soterramentos, desabamentos e desmoronamentos.

Aumentando a linha temporal, de outubro de 2019 até aquele janeiro, tinham ocorrido 64 mortes relacionadas às chuvas, um registro recorde dos cinco anos anteriores àquele. Até então, o maior número de mortes havia sido 18, nas temporadas 2016/2017 e 2018/2019.

BAIXADA SANTISTA (SP) — março de 2020

As fortes chuvas que atingiram o litoral de São Paulo no dia 3 de março de 2020 provocaram uma das maiores tragédias do estado, com 45 mortes causadas por deslizamentos de terra.

Encostas foram abaixo nas cidades de Santos, São Vicente e Guarujá, que registrou sua maior tragédia no Morro dos Macacos.

Guarujá foi o município mais afetado na tragédia, com 30 mortes. Em seguida, veio Santos com oito mortos. Além disso, foram centenas de desabrigados.

MINAS GERAIS E ESPÍRITO SANTO — 2013

As chuvas de dezembro de 2013 deixaram mais de 40 mortos em Minas Gerais e no Espírito Santo. Só neste último estado, mais de 60 mil pessoas ficaram desabrigadas.

Mais de cem municípios foram afetados.

RIO DE JANEIRO — 2013

Em março de 2013, chuvas atingiram a região serrana do Rio de Janeiro e deixaram mais de duas dezenas de mortos. Mas, dois anos antes, em 2011, a tragédia na região foi tamanha que não foi possível contar, com certeza, o número de mortes. Oficialmente foram 918, mas não há um número consolidado de desaparecidos. As três cidades mais afetadas foram Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.

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