São Paulo pode ter dia mais quente de sua história no fim de semana

Defesa Civil indica que temperatura pode chegar a 38°C na cidade; recorde é de 37,8° em 2014

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São Paulo

A cidade de São Paulo pode ter o dia mais quente de sua história neste fim de semana, segundo a Defesa Civil estadual. A previsão do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) do órgão, atualizada nesta quinta (21), aponta que a temperatura pode chegar a 38°C no sábado (23) e no domingo (24).

Embora não preveja a temperatura recorde, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) indica mais calor nos próximos dias, com máximas de 34°C na sexta (22) e no sábado (23) e de 36°C no domingo (24).

Os registros, feitos desde 1943, apontam que a capital chegou a 37,8°C em 17 de outubro de 2014, valor mais alto da história da cidade.

mosaico com fotos de janelas abertas iluminadas pelo sol
Montagem de fotos janelas abertas em São Paulo durante calor na quarta-feira (20) - Karime Xavier - 20.set.23/Folhapress

Vale ressaltar que o CGE estadual emite a previsão a partir de aferições feitas pelo CGE municipal e cálculos próprios. Já o Inmet, cuja série histórica começa em 1943, considera a temperatura aferida no Mirante de Santana, na zona norte. Assim, a série do instituto é a referência para o recorde de 2014.

As temperaturas devem subir, segundo o instituto federal, por causa da aproximação de uma frente fria que baixa temperaturas e pode causar chuvas na segunda-feira (25). Isso porque o ar frio desses sistemas, mais pesado, empurra uma massa de ar quente antes de se estabelecer.

A capital, assim como outras regiões de São Paulo e mais oito estados, está sob alerta de grande perigo para altas temperaturas até domingo, de acordo com o instituto. A temperatura na cidade tem ultrapassado os 30°C durante toda a semana, em meio a uma onda de calor que, segundo meteorologistas, deve ser seguida por outras durante a primavera, que começa no sábado.

Ondas de calor se caracterizam por um aumento de 5°C em relação às médias de temperatura. Se o aumento é verificado em um período de 2 a 3 dias, o alerta é moderado. De 3 a 5 dias, passa a ser de perigo. Por mais de cinco dias consecutivos, o aviso passa para a categoria de grande perigo.

Outras cidades paulistas têm enfrentado altas temperaturas em setembro e também devem registrar máximas na casa dos 40°C, segundo a Defesa Civil. É o caso de Araçatuba, no oeste paulista, que pode bater recorde, segundo a Defesa Civil do estado, e chegar aos 41°C, assim como Presidente Prudente. Bauru, também no interior do estado, deve chegar aos 40°C.

Um dos fatores que causa onda de calor, diz a Defesa Civil, é um sistema de alta pressão sobre regiões do estado que mantém o tempo quente e seco e dificulta a chegada de frentes frias carregadas de umidade.

A preocupação com a baixa umidade do ar, que pode representar riscos à saúde, concentra-se no Vale do Ribeira e na região de Itapeva, que podem ficar abaixo de 25%, e de nas regiões de Ribeirão Preto, Marília, Presidente Prudente, que podem ficar abaixo dos 20%.

Na capital, a gestão Ricardo Nunes (MDB) instalou tendas pela cidade para distribuir água para pessoas em situação de rua, na chamada Operação Altas Temperaturas.

Ainda, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) aponta que a influência do El Niño deve manter as ondas de calor durante a primavera. O fenômeno deve contribuir com mais chuvas no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e menos precipitação no leste da Amazônia.

Apesar de ainda haver incertezas sobre os efeitos do El Niño em São Paulo, o Inpe aponta que deve chover acima da média no estado, além de um aumento em parte de Mato Grosso do Sul. "Nesses locais, o volume de chuva previsto deve ficar acima da média histórica dos últimos 30 anos", diz a nota.

Veja as 10 maiores temperaturas na cidade de São Paulo

Série do Inmet começou em 1943 e considera registros de estação no Mirante de Santana

  1. 37,8°C

    17/10/2014

  2. 37°C

    20/01/1999

  3. 36,7°C

    19/01/1999

  4. 36,7°C

    21/01/1999

  5. 36,6°C

    31/10/2012

  6. 36,5°C

    19/01/2015

  7. 36,4°C

    07/02/2014

  8. 36,3°C

    08/02/2014

  9. 36,1°C

    30/10/2012

  10. 36,1°C

    04/11/2019

A última formação do fenômeno foi entre 2015 e 2016, que foi caracterizado como um super El Niño. Agora, oceanos mais quentes, com recorde registrado em agosto, devem acentuar seus efeitos.

A partir do aquecimento dessas águas, há mudanças na circulação dos ventos alísios, que vão de leste a oeste, levando umidade e águas mais quentes da costa das Américas para Ásia e Oceania. Essa mudança provoca secas e inundações em diferentes locais do mundo, com impacto na fauna marinha e na economia de diferentes países.

A influência do fenômeno, já tem sido apontada por especialistas desde 8 de junho, que foi a data declarada de início do El Niño. Ainda, há cerca de 95% de chance de que seus efeitos perdurem até o início de 2024, segundo o Climate Prediction Center (centro de meteorologia), do governo dos EUA.

Por outro lado, não será preciso esperar o verão, que começa em 22 de dezembro, para ver recordes de calor no Brasil. Tradicionalmente, outubro e novembro, na primavera, são meses de muito calor. Costumam aparecer, nesse período, as maiores médias de temperatura em diferentes partes do país.

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