Descrição de chapéu violência ataque a escola

Autor do ataque em Minas diz à PM que buscava vingança por sofrer bullying na escola

Polícia Civil acionou o Ministério da Justiça na investigação de adolescente de 14 anos; um estudante morreu e dois seguem em estado grave

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Belo Horizonte

O adolescente de 14 anos que matou um aluno e feriu três a facadas na porta de escola em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, nesta terça (10) afirmou à Polícia Militar que realizou o ataque por ter sofrido bullying no estabelecimento de ensino, onde foi aluno até 2021, conforme disse à corporação.

A Folha não conseguiu contato com a defesa do jovem.

Segundo a polícia, o adolescente afirmou que, depois de pedir aos pais para ser transferido para outro colégio, decidiu realizar o ataque na Escola Profissional Dom Bosco como forma de vingança.

Ainda de acordo com a corporação, o autor das facadas afirmou que sua intenção era matar os alunos de sua antiga sala, mas percebeu que eles estudavam de manhã. Então, esfaqueou os estudantes que saíam da escola à tarde. O ataque ocorreu por volta das 17h. Depois de atingir a quarta pessoa, afirmou segundo os policiais, largou a faca e esperou ser contido por pessoas que estavam no local.

A foto mostra um policial militar ajoelhado tendo à sua frente, deitado, imobilizado, autor de ataque a facadas na saída de escola em Poços de Caldas.
Quatro adolescentes foram atacados quando saíam de escola em Poços de Caldas nesta terça (10). Um morreu. O autor, de 14 anos, foi apreendido. - Reprodução

Um estudante de 14 anos morreu no ataque. Leonardo Willian Silva, 14, assassinado no ataque, foi velado nesta quarta em Poços de Caldas. Outros dois feridos, um menino e uma menina de 13 anos, passaram por cirurgia e estão internados na Santa Casa de Saúde. De acordo com o último boletim médico, eles estão na UTI e seu estado de saúde é considerado grave.

Uma quarta vítima, uma adolescente de 17 anos, recebeu alta.

A Polícia Civil acionou o Ministério da Justiça na investigação sobre o ataque.

Segundo o delegado Cleyson Brene, responsável pelas investigações, a polícia trocou informações com a pasta sobre redes sociais e participação do adolescente em eventuais grupos de ódio.

"Até o momento, porém, não foram identificados elementos neste sentido", disse o delegado. Conforme Brene, todas as redes sociais do adolescente já foram levantadas e seguem sob investigação.

Entre as diligências já realizadas pela polícia, uma foi feita na casa dele. O delegado afirmou que não foram localizados aparelhos eletrônicos no quarto do adolescente.

"Mas encontramos cadernos com anotações, encontramos algumas gravuras que vão subsidiar a investigação", declarou o delegado, em conversa com jornalistas na tarde desta quarta.

O autor do ataque foi enviado para o presídio da cidade. Segundo o delegado, uma decisão judicial determinou que o adolescente fique lá por no máximo cinco dias, até que seja encontrada vaga em instituição social onde possa ser internado.

O delegado afirmou que essa vaga poderia ser encontrada ainda nesta quarta. Conforme o ECA (Estatuto da Criança e o Adolescente), o agressor poderá ficar internado por até três anos.

Em nota, a Secretaria de Segurança de Minas Gerais disse que o governo do estado lamenta o ataque e a segurança nas escolas tem sido uma preocupação constante.

"Está em contínuo reforço, por exemplo, a Patrulha Escolar, responsável pela identificação de pontos sensíveis de segurança e a consequente realização de rondas preventivas no entorno das escolas, assim como outras operações", diz o comunicado da gestão Romeu Zema (Novo).

A prefeitura decretou luto de três dias na cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, todas as festividades em comemoração ao Dia das Crianças estão suspensas. As atividades programadas deverão ser transferidas para a próxima semana.

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