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Adolescente morre esfaqueado em ataque a escola de Poços de Caldas (MG)

Segundo a Polícia Militar, outros três jovens ficaram feridos; ex-aluno de 14 anos foi apreendido

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Aléxia Sousa Pedro Magalhães
Rio de Janeiro e Poços de Caldas (MG)

Um aluno de 14 anos da Escola Profissional Dom Bosco, em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, foi morto a facadas e outros três ficaram feridos na tarde desta terça-feira (10). O ataque foi atribuído a um ex-aluno do colégio, que acabou contido por pais e foi apreendido.

"A PM foi acionada e, ao chegar ao local, o suspeito já estava contido por adultos. A Polícia Militar fez a apreensão do adolescente e o conduziu até a delegacia, que está investigando as motivações", disse o tenente-coronel Flávio Santiago, porta-voz da PM mineira.

O crime aconteceu no horário de saída de alunos. Segundo policiais, o autor do ataque teria afirmado que aproveitou a movimentação de estudantes e pais no local e saiu "esfaqueando aleatoriamente".

Adolescente é rendido por policiais militares de Poços de Caldas (MG) - Reprodução

O adolescente chegou a ser levado para a Santa Casa que fica na cidade, porém não resistiu ao ferimento. A unidade também atendeu as outras três vítimas: uma estudante de 13 anos, outro da mesma idade e uma adolescente de 17.

Os dois alunos de 13 anos estavam em estado gravíssimo.

"É a primeira vez que a Santa Casa recebe pacientes de uma situação como essa, um atentado brutal e estamos com toda a equipe mobilizada", afirmou o diretor técnico do hospital, Renan Vicente Braga.

A adolescente mais velha sofreu um ferimento superficial.

"Minha filha foi a primeira a ser atacada. Ela viu o autor armado e entrou na frente dele para impedir que ele atingisse as crianças. Nesse momento, ele segurou o seio dela e esfaqueou. Depois, foi atrás dos alunos", disse a mãe, cujo nome a reportagem omite para preservar a identidade da filha.

Ainda de acordo com a mãe, em seguida o agressor foi contido por alguns pais. "Graças a Deus minha filha está bem. Ela foi uma heroína, se não fosse ela, seriam mais vidas perdidas."

Outra mãe, que não se identificou, disse à Folha que no momento do crime, do lado de fora, ouviu muitos gritos e correu para tentar ajudar alguém, sem entender o que se passava.

O governador Romeu Zema (Partido Novo) usou as redes sociais para comentar o episódio e defendeu a redução da maioridade penal.

Nas redes sociais, a escola Dom Bosco afirmou que as aulas noturnas desta terça (10) foram canceladas e as desta quarta (11), suspensas. A reportagem não conseguiu contato com o colégio.

Segundo informações disponíveis no site da instituição, a escola tem turmas de ensino infantil, fundamental e médio, além de cursos técnicos de eletrotécnica, mecânica e enfermagem.

As ruas em frente ao colégio estavam esvaziadas no início da noite. A escola conta com duas entradas: a principal, que fica na avenida José Remígio Prézia; e uma lateral, na rua Campestre. Foi por esta segunda que o autor entrou e atacou os alunos.

Em nota, a Prefeitura de Poços de Caldas afirma que é "solidária a toda a comunidade escolar (...) neste momento de dor e consternação, especialmente às famílias dos alunos atingidos".

O prefeito Sérgio Azevedo (PSB) vai decretar luto oficial de três dias no município. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, todas as festividades em comemoração ao Dia das Crianças estão suspensas. As atividades programadas deverão ser transferidas para a próxima semana.

OUTROS ATAQUES

O ataque desta terça é, ao menos, o quarto com mortes registrado em instituições de ensino neste ano.

Em 19 de junho, um ataque a tiros no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no norte do Paraná, deixou dois alunos mortos —um casal de adolescentes.

O autor do ataque era um ex-aluno de 21 anos. Ele foi encontrado morto dias depois na prisão.

Na manhã de 5 de abril, um homem de 25 anos invadiu a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), e matou quatro crianças. As vítimas são três meninos e uma menina, com idade entre 5 e 7 anos. Uma machadinha e um canivete foram usados na ação, segundo o tenente Márcio Filippi, comandante do 10º BPM (Batalhão da Polícia Militar).

Conforme a apuração, o assassino chegou à escola em uma moto, pulou o muro e escolheu as vítimas aleatoriamente. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crianças, ele tentou fugir pulando novamente o muro. Em seguida, se entregou.

Em 27 de março, a professora de ciências Elisabeth Tenreiro, 71, foi morta em um ataque na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. Ela era descrita como apaixonada pelas filhas e pelos netos. Um aluno de 13 anos a atacou com uma faca pelas costas.

O agressor também feriu dois alunos e outras três professoras. O adolescente, que era aluno do 8º ano do ensino fundamental na escola, foi apreendido.

Erramos: o texto foi alterado

O aluno que morreu no ataque tinha 14 anos, não 15, e os outros dois estudantes feridos têm 13 anos, não 14, como publicado em versão anterior deste texto, com base em informações preliminares da PM.
 

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