Descrição de chapéu Obituário Mario Roberto Kazniakowski (1935 - 2023)

Mortes: Descendente de polonês, médico fez história na hematologia

Formado pela USP, Mario Roberto Kazniakowski deixou seu nome no hemocentro de Florianópolis

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São Paulo

Em 2009, o médico Mário Roberto Kazniakowski chegou ao Hemosc (Hemocentro de Santa Catarina), em Florianópolis, onde faria uma visita e encontraria amigos. Ao informar seu nome na recepção, causou estranhamento à atendente, que ficou confusa pois seu nome era o mesmo do local.

"Sou o fundador daqui, por isso a homenagem ao meu nome", disse, com seu costumeiro bom humor.

O médico Mário Roberto Kazniakowski, ao lado de seu filho, Mário Roberto Júnior, no Hemocentro de Florianópolis, com uma placa no fundo
Mário Roberto Kazniakowski (1935 - 2023) e o filho Mário Roberto Júnior - Arquivo pessoal

Kazniakowski costumava dizer que, literalmente, havia dado o sangue por aquele lugar. O hemocentro catarinense, cujo centro de estudos leva o seu nome, foi fundado por ele na década de 1960.

"O Ministério da Saúde e o governo de Florianópolis contrataram meu pai para desenvolver o banco de sangue de lá", disse Mario Roberto Kazniakowski Júnior, 43, filho do médico.

Nascido em Vinhedo (a 79 km de São Paulo), foi o mais velho de quatro irmãos e filho de um engenheiro polonês que desbravava estradas pelo estado de São Paulo.

Na infância, com a família já radicada na capital paulista, estudou em colégio interno até entrar na Faculdade de Medicina da USP (Universidade São Paulo), em 1956.

Desenhista de mão cheia, fez charges para jornal durante a faculdade para completar a renda.

Após formado, trabalhou no Hospital das Clínicas da USP, em laboratórios conhecidos e especializou-se em patologia e hematologia. Durante mais de 60 anos dedicou a vida a uma premiada carreira.

Também foi professor e exerceu cargos de direção nas universidades federais de Santa Catarina e do Amazonas, onde ajudou a tratar malária.

Após andanças de Norte a Sul do país, Kazniakowski estabeleceu-se no Brooklin, bairro da zona sul de São Paulo, mas gostava de passar os fins de semana na chácara da família, em Campo Limpo Paulista (a 53 km de São Paulo). O médico tinha cavalos e um enorme viveiro no local. Bom carpinteiro, fez vários móveis para o seu recanto.

Lá, aliás, havia um armário com remédios, pois ele costumava atender voluntariamente moradores da região.

Kazniakowski também gostava de acampar no litoral paulista. O filho lembra da vez em que o pai apareceu com um caminhão cheio de suprimentos para um mês de acampamento com a família.

Além de viajar, o médico adorava assistir aos jogos do São Paulo, de quem era torcedor fanático.

Ultimamente trabalhava como auditor da Coordenadoria de Saúde de Cabreúva, também no interior paulista. E todo os dias por volta das 16h saía para tomar café com os amigos.

Viúvo, Kazniakowski morreu no dia 29 de setembro, aos 88 anos, vítima de infarto. Deixou seis filhos, três enteados, 25 netos, 11 bisnetos e seu nome numa placa dourada do hemocentro de Florianópolis.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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