Descrição de chapéu Cracolândia drogas

Moradores voltam a fechar rua para impedir volta de cracolândia para a Luz

Prefeitura de SP cercou com grades ponto onde os usuários estão na rua dos Protestantes

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São Paulo

Moradores de uma ocupação na rua Mauá, no centro de São Paulo, realizam nesta sexta (10) um protesto na via pelo segundo dia consecutivo. A intenção do grupo é impedir a chegada de usuários de drogas da cracolândia no local, vizinho à estação da Luz.

Durante a tarde, homens, mulheres e crianças ocuparam o cruzamento da rua Mauá com o viaduto General Couto de Magalhães.

Usuários de crack na rua Mauá, no centro de São Paulo
Usuários de crack na rua Mauá, no centro de São Paulo - Rubens Cavallari - 8.nov.23/Folhapress

O ato é pacífico. Policiais militares da Força Tática e da Rocam do 13° batalhão foram o local.

"Mais cedo o secretário Edsom Ortega [de Projetos Especiais] esteve aqui, conheceu a nossa ocupação. A gente explicou que não tem condições dos moradores em situação de rua e de drogadição permaneceram aqui devido as nossas crianças", disse Ivaneti de Araújo, coordenadora do Movimento de Moradia na Luta por Justiça.

Segundo ela, Ortega avisou que comunicaria para outras secretarias.

Usuários de drogas procuraram Araújo e, segundo ela, disseram não querer ficar no local em virtude de ter muitos "anjos". Anjos é como dependentes químicos da cracolândia chamam crianças.

Enquanto isso, os dependentes químicos são mantidos pela Guarda Civil Metropolitana na rua dos Protestantes, entre as ruas dos Gusmões e Vitória. O perímetro em que os usuários estão está cercado por grades móveis. O ponto fica a menos de 500 metros do local onde acontece o ato dos moradores.

Nos últimos meses, a concentração de usuários no centro de São Paulo ficava na Protestantes durante o dia, e a noite ficava no cruzamento da rua dos Gusmões com a a avenida Rio Branco. Este segundo local, porém, fica a uma quadra da rua Santa Ifigênia, tradicional ponto de comércio eletrônico da cidade.

A situação gerou muitas críticas de comerciantes. Na semana passada, uma loja foi furtada pelos usuários. Depois disso, o ponto noturno mudou para a rua Mauá, na Luz.

Usuários que conversaram com a reportagem afirmaram que guardas-civis metropolitanos ordenaram a mudança de endereço.

Os moradores da região da Luz, porém, reclamaram. Na quinta (9)) eles já tinham organizado um protesto contra a presença dos usuários de droga na via, que se repetiu nesta sexta.

Araújo afirmou que vem recebendo apoio de outras organizações. Na noite desta sexta integrantes do Movimento Nacional de População de Rua se juntaram ao grupo na rua Mauá.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), admitiu nesta sexta-feira (10) que há determinados lugares onde a cracolândia não pode ficar, após afirmar reiteradamente que a movimentação dos usuários de drogas pelo centro da cidade obedece a uma dinâmica própria, sem interferência do poder público.

Paralelo ao protesto na rua Mauá, moradores da rua dos Protestantes também realizaram um ato na noite desta sexta tentando impedir o retorno dos usuários de drogas que aguardavam a limpeza da rua em outro trecho da via.

Homens e mulheres disseram não aguentar mais o barulho e o consumo de drogas ao ar livre.

"Três meses de bagunça. Criança que não vai para a escola porque não consegue passar. É muito constrangimento", disse o reciclador Wilian de Lima, 42.

Os moradores também reclamam do tratamento da GCM.

Cerca de 20 minutos após o início do ato os moradores de desmobilizaram e os usuários voltaram a ocupar o trecho da Protestantes entre a rua dos Gusmões e Vitória.

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