Descrição de chapéu drogas

Grupo Supley nega que Renato Cariani seja sócio da empresa

Influenciador já afirmou ser acionista da companhia; ele é investigado por suspeita de desvio de produtos usados na produção de drogas

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São Paulo

O Grupo Supley, laboratório de alimentos e suplementos nutricionais, que detém as marcas Max Titanium, Probiótica, e Dr. Peanut, afirma que o empresário e influenciador Renato Cariani, 47, não é sócio da empresa.

"Embora tenha se cogitado uma transação usual no mercado de influenciadores de 'media for equity', a companhia gostaria de esclarecer que o influenciador não é, e nunca foi, sócio, acionista e administrador", afirma em nota o grupo.

No modelo de "media for equity", uma pessoa faz publicidade para uma empresa em troca de participação acionária.

Cariani, diz o grupo, era apenas responsável pela divulgação de alguns produtos, especialmente em mídias sociais.

O influencer Renato Cariani durante entrevista a podcast - renato_cariani no Instagram

O influenciador costuma se apresentar como acionista da companhia. A Folha procurou Cariani por mensagens no celular, mas ele não respondeu sobre sua ligação com a empresa.

Em entrevista ao podcast Joel Jota, por exemplo, afirmou que é sócio e responsável pelo marketing.

"Eu sou sócio do Grupo Supley que compreende a Max Titanium, a Probiótica e uma marca chamada Dr. Peanut. A Max Titanium e a Probiótica é uma marca de suplemento, e a Dr. Peanut é uma marca de pasta de amendoim. E sou responsável pelo marketing dessa empresa", disse na ocasião.

Na mesma entrevista, ele ainda afirmou que além da sociedade no Grupo Supley, possui 50% da empresa Anidrol, que tem duas unidades, uma em Diadema e outra em Pindamonhangaba, uma transportadora especializada no deslocamento de produtos químicos perigosos, academias, curso digital, outras empresas menores, como uma produtora, e a atividade de youtuber.

"A Supley recebeu com perplexidade a informação de que Renato Cariani foi alvo de operação da Polícia Federal. A Supley aguarda os desdobramentos da investigação e o julgamento sereno do caso. De toda forma, foram suspensas quaisquer ações de marketing que envolvam a participação do influenciador", diz a nota da empresa.

O grupo afirma ainda que nunca adquiriu ou vendeu quaisquer produtos fornecidos pela Anidrol e nunca teve qualquer relação comercial com ela.

Empresário e Anidrol são investigados pela PF

A Anidrol, da qual Carini é sócio, foi um dos alvos, na terça-feira (12), de mandados de busca e apreensão em operação da Polícia Federal, que investiga desvios de 12 toneladas de produtos químicos, com utilização de notas fiscais falsas, para a produção e refino de cocaína e crack. Mais de 70 policiais cumpriram 18 mandados de busca e apreensão em endereços em São Paulo, no Paraná e em Minas Gerais.

Segundo as investigações, foram utilizadas 60 notas frias, em valores que somam R$ 6 milhões, no período de seis anos. Os produtos desviados seriam suficientes para a produção de até 19 toneladas de drogas, de acordo com a PF.

Ainda de acordo com a polícia, os envolvidos usavam terceiros e também abriam empresas fictícias para esconder a procedência ilícita do dinheiro.

Em uma rede social, Cariani publicou vídeos dizendo que foi pego de surpresa pela operação e que não teve acesso à investigação, mas que estava tranquilo.

"Pela manhã fui surpreendido pelo cumprimento de mandado de busca e apreensão da polícia na minha casa, onde fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas estão sendo investigadas num processo que eu não sei. Os meus advogados agora vão dar entrada pedindo para ver o processo e aí sim eu vou entender o que consta nessa investigação", afirmou em um deles.

Ele ainda disse que a empresa tem mais de 40 anos e opera com todas as licenças necessárias.

A reportagem procurou o influenciador via ligações no celular, mensagens na rede social e ligações na empresa, mas ninguém respondeu aos contatos.

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