Em audiência de custódia realizada na manhã deste sábado (23), a Justiça de São Paulo manteve a prisão temporária da mulher de Atibaia (a 65 km da capital paulista) que, por ciúmes, cortou o pênis do marido, atirou na privada e deu descarga.
Assim, a cozinheira Daiane dos Santos Farias, 34, deve ficar presa por 30 dias na Cadeia Pública de Piracaia, vizinha à Atibaia, conforme decisão judicial. O advogado de Daiane, Lucas Scardino Fries, disse que entrará com um habeas corpus neste domingo (24) para tentar livrar a cliente.
"Ausente qualquer irregularidade na prisão realizada, que está em conformidade com o determinado pelo Juízo do processo, não se vislumbra qualquer ilegalidade evidente na constrição ordenada. Portanto, não há, por ora, razões para se determinar o relaxamento da prisão", diz trecho da decisão do juiz plantonista, José Augusto Nardy Marzagão.
Daiane deve responder processo por tentativa de homicídio.
A cozinheira procurou a Polícia Civil nesta sexta-feira (22) relatando ter cortado o pênis do marido porque descobriu suposta traição dele com uma adolescente.
O que deixou a mulher mais irritada, segundo ela, foi a data em que teria ocorrido a suposta traição. No último dia 12 de dezembro, justamente no dia em que a cozinheira comemorava o aniversário de 34 anos.
Ainda conforme contou Daiane, ela esperou o marido chegar e não brigou com ele. Pelo contrário. Iniciou relação sexual, para excitá-lo, e, na sequência, amarrou as mãos dele com sua calcinha.
Quando o membro estava ereto, ela pegou uma navalha "e cortou o pênis bem na base". Em seguida, colocou o pênis na palma da mão, tirou uma foto com o celular, jogou o pênis na privada e deu a descarga. "E viu que o pênis desapareceu na descarga do vaso", diz trecho do depoimento.
Aos policiais, a mulher contou que decidiu dar descarga no membro do marido para evitar qualquer possibilidade de reimplante.
"Boa noite moço, eu vim me apresentar, porque eu acabei de cortar o pênis do meu marido", disse a mulher, ao se apresentar na delegacia com o irmão, conforme o boletim de ocorrência.
A cozinheira entregou a imagem à polícia, que anexou ao processo. A foto, a qual a reportagem teve acesso, mostra a mulher segurando o membro todo ensanguentado e, ao fundo, grandes manchas de sangue em um lençol.
Ainda conforme o depoimento de Daiane, o marido passou a gritar, questionando o motivo de ela ter feito aquilo. Ela respondeu que teria sido a traição. O próprio homem, perdendo sangue, saiu em busca de socorro.
Segundo a Polícia Civil de Atibaia, o marido continuava internado em um hospital da cidade, conforme a última atualização que os policiais tinham.
O advogado Lucas Scardino Fries, defensor de Daiane, disse, em entrevista anterior, que a cozinheira não teve a intenção deliberada de matar o marido e se apresentou espontaneamente à polícia. Por isso, segundo ele, a prisão temporária não tem fundamento.
"Será objeto de habeas corpus, pois [o pedido de prisão] afirma, de modo completamente equivocado, que a acusada iria obstruir a investigação ou frustrar a aplicação da lei penal, quando, na verdade, a própria acusada noticiou os fatos e se apresentou voluntariamente a delegacia após ligação da própria Polícia Civil", disse.
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