Descrição de chapéu yanomami indígenas

Menina yanomami de 11 anos é vítima de estupro coletivo em Boa Vista

Estado de saúde da criança é estável; quatro indígenas são suspeitos do crime, sendo dois menores

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Uma menina yanomami de 11 anos foi vítima de estupro coletivo, que resultou em lesão corporal grave. O crime ocorreu na noite da última segunda (18) em um matagal próximo da Casai (Casa de Saúde Indígena) em Boa Vista, Roraima. Quatro indígenas são suspeitos do crime.

O Governo de Roraima afirmou, em nota, que os suspeitos foram levados pela Polícia Militar a uma delegacia. A delegada Jaira Farias prendeu em flagrante dois adultos, de 21 e 27 anos, e apreendeu dois adolescentes, de 15 e 17 anos.

A polícia foi acionada após a menina ser encontrada desacordada em uma área de mata, com os suspeitos ao seu redor.

Área da Terra Indígena Yanomami em Roraima - Amanda Perobelli - 2.fev.23/Reuters

Ainda de acordo com o governo do estado, "um deles confessou que bebiam numa área de mata próximo da Casa de Saúde Indígena Yanomami e que deram bebida à criança. Depois os quatro a violentaram".

A menina foi conduzida para atendimento médico no Hospital Santo Antonio. Procurada, a assessoria de imprensa da unidade afirmou que a criança ingressou na unidade por volta das 18h30, por trauma, onde recebeu atendimento. No momento, o quadro de saúde encontra-se estável".

Foi constatado que, além da violência sexual, a vítima sofreu lesões corporais. Os adultos envolvidos foram apresentados em audiência de custódia. Os adolescentes foram levados ao Centro Sócio Educativo.

Procurada pela reportagem, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) não respondeu.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que está colaborando com as investigações e que presta apoio e acolhimento à vítima e aos familiares dela.

O ministério disse que a Secretaria de Saúde Indígena entrou em contato nesta terça-feira (19) com a Força Nacional, que, segundo a pasta, comprometeu-se a intensificar as rondas no território da Casai.

A secretaria, ainda de acordo com o ministério, pediu uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública de Roraima e com a PM para discutir o aumento de segurança na área, mas não recebeu resposta.

A Casai Yanomami atende indígenas que são removidos de seus territórios. Demarcada em um decreto de 25 de maio de 1992, na gestão Fernando Collor de Mello, a Terra Indígena Yanomami (TIY) é a maior reserva indígena do país tanto em área quanto em população.

Ela está localizada nos municípios de Boa Vista, Alto Alegre, Mucajaí e Caracaraí, no noroeste de Roraima, e Santa Izabel do Rio Negro, Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, no norte do Amazonas.

O território indígena passou por uma crise humanitária no início do ano, após uma explosão de casos de garimpo ilegal dentro do território durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Em janeiro deste ano, a gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou emergência sanitária na região. Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a 21 de julho, foram registradas 157 mortes entre moradores da TIY: 107 no próprio território, 47 em hospital e três em local não informado.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.