William Stoddart foi um médico e escritor britânico admirador do Brasil, onde esteve várias vezes para visitar seus amigos, dar palestras, conceder entrevistas e supervisionar a tradução e publicação de seus livros.
Entre suas obras estão "O Sufismo", de 1991, "O Budismo ao seu Alcance", de 2004, "O Hinduísmo", de 2005, e "Lembrar-se num Mundo de Esquecimento", de 2013. Seu livro mais recente em português é "O Poder do Politicamente Correto", de 2021.
Ele nasceu na Escócia, em 25 de junho de 1925. Estudou línguas (francês, alemão e espanhol) na Universidade de Glasgow, e depois se formou em medicina na mesma instituição. Criado como protestante, o foco do jovem Stoddart estava na Bíblia, em Jesus Cristo e na oração. Ele descobriu a espiritualidade oriental, em especial hinduísmo e islamismo, por conta de seu pai, engenheiro naval que costumava viajar para a Índia.
"Nunca passou pela minha cabeça que elas [as religiões orientais] pudessem ser falsas, eu sabia intuitivamente que eram legítimas", disse ele. "Devo acrescentar que a intuição da validade destas religiões não enfraqueceu minha ligação com o cristianismo."
O profundo interesse pelas diversas culturas mundiais levou Stoddart a viajar por Europa, Ásia, África e América em busca de conhecimento.
No Brasil, visitou com evidente prazer espaços como a catedral da Sé, em São Paulo, que ele admirava por suas sóbrias linhas góticas, o mosteiro de São Bento, o Páteo do Colégio, o Museu de Arte Sacra, os santuários de Aparecida e de Frei Galvão, o Cristo Redentor, entre outros; também manteve contatos com representantes da tradição indígena brasileira.
Na Europa, visitou países de maioria católica como Polônia, Irlanda, Portugal e Itália; de ortodoxos, como Grécia, Rússia e Sérvia; e protestantes, como Alemanha, Holanda e as nações da Escandinávia. Também conheceu países islâmicos (Marrocos, Turquia e Bósnia), a Índia e o Japão budista.
William Stoddart morreu em 9 de novembro, aos 98 anos, em seu apartamento numa casa de idosos, em Windsor, Canadá. Até seus últimos dias ele recebeu a visita de amigos, brasileiros, portugueses, americanos e ingleses, entre outros, que o procuravam em busca de informação e orientação.
Tinha uma hospitalidade toda especial, que certamente o fará ser lembrado com saudades. Até os derradeiros momentos, ele manteve a lucidez e conversava animadamente com todos ao redor. Erudito e poliglota, era dono de uma inteligência penetrante e uma generosidade acolhedora.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.