Descrição de chapéu indústria Congresso Nacional

Senado instala CPI para investigar colapso de mina da Braskem em Maceió

Palácio do Planalto teme que investigação parlamentar interfira na agenda do governo no Congresso

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O Senado instalou nesta quarta-feira (13) uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o afundamento de solo em Maceió provocado pela atividade minerária da Braskem.

Está no escopo do colegiado apurar eventuais omissões da empresa no atendimento às milhares de famílias atingidas pelo colapso da mina de sal-gema.

A apuração é patrocinada por Renan Calheiros (MDB-AL). O senador é aliado do Palácio do Planalto, refratário à ideia de uma investigação parlamentar frente ao receio de se reviver os tempo de Operação Lava Jato, que mirou as principais empreiteiras do país.

Vista aérea da região de Maceió afetada por mina da Braskem - Reuters

Outra preocupação é que o funcionamento da CPI interfira na agenda do governo Lula no Congresso Nacional, principalmente em temas de interesse da equipe econômica.

A comissão será presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que comandou a CPI da Covid na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e terá o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) na vice-presidência. A relatoria dos trabalhos será decidida na próxima terça (19).

Nesta terça (12), o chefe do Executivo federal promoveu uma reunião no Palácio do Planalto com os principais atores políticos envolvidos nos conflitos políticos em torno da tragédia.

Além de Renan e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estiveram presentes o ministro Renan Filho (Transportes), o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), e o prefeito de Maceió e aliado do presidente da Câmara, João Henrique Caldas (PL), além de parlamentares.

Segundo relatos, não houve sobressaltos, mas o encontro foi tenso devido aos posicionamentos distintos. Ao final do dia, a avaliação é de que uma trégua ainda está distante do cenário.

Como a Folha mostrou, a crise na capital alagoana vem provocando um embate entre o governo do petista e o grupo político liderado por Lira, correligionário do prefeito da capital alagoana.

Ainda que Lira não seja aliado do Planalto, há um temor de desagradar ao presidente da Câmara, que controla a pauta da Casa e tem poder sobre o voto de maior parte dos parlamentares.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.