Descrição de chapéu chuva

Tempestade desta terça-feira (9) provoca morte na zona sul de São Paulo

Queda de fio energizado atingiu duas pessoas na Vila Clementino; marginal Tietê e 23 de Maio têm trechos intransitáveis

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Chuva forte atinge São Paulo nesta terça-feira (9) Aloisio Mauricio/Fotoarena/Folhapress

São Paulo

A chuva que atingiu a cidade de São Paulo na tarde desta terça-feira (9) voltou a trazer caos para a cidade. A tempestade causou uma morte, deixou moradores sem energia e interrompeu o trânsito em algumas das principais vias da capital —incluindo trechos da marginal Tietê e da avenida 23 de Maio.

O morto é um homem de 62 anos que foi eletrocutado na zona sul. Segundo os bombeiros, a vítima, que não teve informações reveladas, foi atingida por um cabo energizado na rua Pedro de Toledo, na Vila Clementino. A rua seguia interditada até as 20h à espera da perícia.

O homem estava ao lado de um carro —a suspeita é que a vítima tenha tentado sair do veículo.

Uma outra pessoa, uma mulher de 60 anos que estava no mesmo carro, também foi atingida e acabou socorrida. Inicialmente, os bombeiros disseram que ela foi levada em estado grave ao Iamspe, (Hospital do Servidor Público Estadual).

Mais tarde, o hospital informou que a vítima, que é auxiliar de enfermagem da instituição e mulher do homem eletrocutado, estava em observação com ferimentos leves.

Em nota, a concessionária de energia Enel afirmou que, segundo informações preliminares, um galho de grande porte caiu sobre a rede de distribuição durante a forte chuva e rompeu um cabo elétrico de média tensão, atingindo um veículo que estava no local.

Na véspera, a tempestade provocou a morte de um homem (em Itupeva, a 71 km de São Paulo). O homem, de 58 anos, foi atingido por uma árvore logo após descer do carro para abrir o portão de casa.

Árvores caídas na Alameda Dino Bueno com Eduardo Prado, na região central de São Paulo
Árvores caídas na alameda Dino Bueno com Eduardo Prado, na região central de São Paulo - Lucas Alonso/Folhapress

A cidade de São Paulo chegou a entrar em estado de atenção por causa da chuva desta terça, por volta das 16h30 desta terça-feira (9), segundo informou o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Paulo. Pouco antes das 18h30, o alerta foi retirado.

A marginal Tietê ficou intransitável por causa da água no sentido rodovia Ayrton Senna, na altura da ponte das Bandeiras. A 23 de Maio também teve um trecho sem circulação.

Próximo do trecho da marginal que foi fechado, a Churrascaria Master ficou sem luz e estava na expectativa da luz retornar por volta das 19h. Um posto de gasolina na região também estava sem funcionar devido à falta de energia da região.

Moradores de outras regiões da cidade também sofreram com a falta de energia elétrica, incluindo o TCM (Tribunal de Contas do Município).

Em ofício, a corte diz que solicitou o atendimento por meio do site da Enel, mas, sem resposta, emitiu uma comunicação oficial. "A questão vem causando consequências danosas às atividades exercidas no âmbito deste órgão, motivo pelo qual reiteramos a urgência e relevância na adoção das medidas competentes pela Enel Brasil."

O prédio da administradora de empresas Sabrina Fragomeni, 43, fica na região e foi afetado com fornecimento parcial de energia após a chuva. A energia foi restabelecida às 15h desta terça, mas desligada 30 minutos depois para o início da remoção de uma árvore que bloqueou a avenida professor Ascendino Reis e danificou parte da fiação. "Então, agora a gente está novamente sem luz", disse.

No Paraíso, zona sul da cidade, uma árvore na rua Maria Figueiredo caiu e atingiu a rede elétrica no mesmo local da queda de um poste durante o temporal em novembro de 2023.

"Entre a Enel religar [a energia elétrica após] a queda de ontem e a nova queda de hoje foram pouco mais de 3 horas", afirmou o economista Marcelo Martins, 43.

Morador do Brás, o engenheiro civil Bruno Ribeiro, 31, ficou sem energia às 16h38 às 19h33, e disse que o problema está ligado ao crescimento vertical do bairro. "Expandiram os empreendimentos residenciais e aparentemente nada foi feito na infraestrutura da rede. Quando chove, sempre o transformador estoura e falta luz na região."

Já moradores do Butantã na região do Parque Previdência, zona oeste da capital, têm visto a energia oscilar, o que pode aumentar as chances de danos a aparelhos. A servidora pública Juliana Ayres, 45, mora na Liberdade e criticou o atendimento prestado pela Enel. Ela ficou 24h sem energia, que foi restabelecida às 15h desta terça.

"Enviaram apenas um email dizendo que 'galhos, árvores e outros objetos foram lançados sobre a rede, danificando alguns trechos em nossa área de concessão'. Não vão além disso."

Em nota, a Enel afirmou que havia restabelecido o fornecimento de energia elétrica para 96% dos clientes na Grande São Paulo afetados na tarde de segunda, e que trabalha para resolver a situação dos 0,2% que estão sem energia. Ainda, disse que reforçou um plano de ação emergencial nos municípios atendimentos com mobilização antecipada e 800 equipes em campo.

Também foi reportado risco de alagamento na marginal Pinheiros e no elevado João Goulart, o Minhocão, segundo o órgão municipal. A situação fez a capital registrar 502 quilômetros de congestionamento às 18h30, pior resultado do ano até agora.

Às 16h45 foi registrada uma rajada de vento de 96 km/h no aeroporto do Campo de Marte, na zona norte. Alguns telhas foram arrancadas do hangar do Comando da Aviação da Polícia Militar, onde ficam os helicópteros Águia. Segundo a PM, sem provocar prejuízos ás aeronaves. Não houve vítimas.

A concessionária Pax Aeroportos, responsável pelo Campo de Marte, disse em nota que hangares e estruturas do local foram atingidos, mas sem ferimentos, e que está avaliando os danos para reparo.

Às 17h30, três voos que pousariam no aeroporto de Congonhas, na zona sul, tiveram de ser desviados para outros locais por causa da chuva e do vento.

O alerta, que começou pelas zonas norte e oeste, ocorre pela segunda tarde consecutiva, enquanto a cidade ainda se recupera dos estrados provocados pela chuva e pelas rajadas de vento na tarde de segunda (8), quando os bombeiros disseram ter recebido cerca de 290 chamados para queda de árvores.

Somente entre a meia-noite e 19h desta terça, a corporação havia registrado 200 chamados para queda de árvores na região metropolitana de São Paulo, e uma para desabamento.

Algumas árvores caíram na região central da cidade. Ao menos uma grande tomou toda a via na alameda Dino Bueno com a Eduardo Prado.

Por causa da queda de árvores em sequência, paulistanos relataram estar há mais de 25 horas sem energia elétrica.

A tempestade de segunda-feira também derrubou uma estrutura metálica usada na manutenção da marquise do parque Ibirapuera, zona sul de São Paulo, e deixou quatro pessoas feridas.

O parque, que teve de ser fechado, foi reaberto na tarde desta terça. Os feridos na queda da estrutura foram encaminhados ao hospital Albert Einstein. Uma das vítimas foi levada ao hospital com suspeita de ter fraturado uma costela e outra com contusão nos membros superiores. Outra pessoa teve escoriações, sendo atendida pelos bombeiros.

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