Descrição de chapéu Obituário Almira Gomes Ribeiro (1932 - 2023)

Mortes: Criou sete filhos e ajudou a cuidar de 50 netos e bisnetos

Nascida e criada na roça, Almira Gomes Ribeiro manteve o hábito de plantar quando se mudou para a cidade

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Nascida e criada na zona rural de Barreiras, na Bahia, Almira Gomes Ribeiro ganhou gosto ainda cedo pelo contato com a terra. Desde menina, gostava de plantar e cuidar dos bichos. Ofícios que não abandonou nem mesmo quando deixou a fazenda Torrada, onde nasceu, para ir viver, aos 60 anos, na cidade.

Almira se casou aos 15 anos e ficou viúva cinco anos depois, com quatro filhos pequenos —a mais velha, de apenas cinco anos de idade. Sozinha, trabalhou duro na plantação de milho, arroz e hortaliças e na criação de cabras, para sustentar as crianças.

Almira Gomes Ribeiro criou sozinha os 7 filhos e teve 50 netos e bisnetos
Almira Gomes Ribeiro criou sozinha os 7 filhos e teve 50 netos e bisnetos - Arquivo Pessoal

Anos depois, casou-se mais uma vez e teve mais três filhos.

"Ela foi uma guerreira por criar os sete filhos praticamente sozinha. Mas, apesar de ter necessitado de muita força e garra, nunca deixou de dar amor e muito carinho para os filhos. Ela conversava com carinho com todos, sentia quando algo não estava bem com alguém", conta Rosana Monteiro dos Santos Matos, neta de Almira, mas que sempre se referiu à avó como mãe.

"Biologicamente, ela era minha avó. Mas, para mim, era a minha mãe. Foi minha mãe de criação, mãe do coração. Ela foi essa figura marcante e carinhosa para todos os netos e bisnetos", conta Rosana.

Almira teve 21 netos e 29 bisnetos, para quem sua casa estava sempre aberta e com panelões de comida a postos no fogão. "Mesmo com a família tão grande, sabia o nome de todos. Fazia questão de nos receber com comida farta e feita com muito amor, ela fazia um baião de dois como ninguém."

Depois de seis décadas vivendo na roça, Almira foi convencida pelos filhos a morar na cidade e se mudou para o bairro Buritis, em Barreiras. Mesmo com menos espaço para cuidar da terra, sempre fez questão de ter uma hortinha em casa.

"Ela adorava roçar, plantava muitas verduras. Mesmo quando teve de aumentar a casa e perdeu o espaço para as plantas, ela se assegurou de que teria um cantinho para a horta", conta Rosana.

"Ela nasceu e cresceu comendo o que plantava e colhia. Foi um hábito que manteve mesmo tendo pouco espaço para plantar", diz a neta.

Era também conhecida no bairro por ser uma mulher de muita fé, que não perdia um culto na igreja da qual participava. "Os cultos na nossa congregação são às segundas e sábados e ela nunca deixava de ir. Ela passou essa fé e amor para os filhos e netos. Só deixou de ir à igreja quando ficou doente."

No início do ano passado, pouco depois de completar 90 anos, Almira foi diagnosticada com um câncer de laringe. Durante todo o tratamento se manteve ativa e não abriu mão de manter a rotina de cuidados da casa e de filhos e netos. Morreu em 28 de dezembro, aos 91 anos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.