Filho de imigrantes italianos, Mario Genari Francisco Sarrubbo foi o temporão da casa. Desde cedo começou a trabalhar nos negócios da família, que se dedicava à marcenaria. Quando cresceu, estudou e passou a vender autopeças.
Mario sempre morou em Moema, bairro na zona sul de São Paulo, e foi em uma missa na igreja São Judas Tadeu que ele conheceu sua futura mulher, Tânia.
Tiveram a primeira filha e somente depois do nascimento da primogênita ele ingressou na faculdade de direito da USP (Universidade de São Paulo).
A esposa era professora de música e dava aulas de piano. Enquanto isso, o marido trabalhava como vendedor de peças durante o dia e fazia faculdade à noite.
Ao longo da formação, contou com o apoio da companheira, que fazia café para manter o marido acordado se dedicando aos estudos. "Minha mãe foi uma grande incentivadora, mas foi uma luta para ele se formar", conta o filho Mario Sarrubbo.
Quando se formou, em 1963, já tinha três filhos. Ao longo da carreira, que durou mais de 50 anos, se tornou um advogado respeitado e mantinha um escritório no centro de São Paulo.
Dos três filhos, dois se tornaram advogados, Mariângela Sarrubbo Fragata e Mario Sarrubbo, atualmente procurador-geral de Justiça. Tânia Regina, a outra filha, deu aulas de inglês por mais de 20 anos.
"Meu pai foi sempre muito educado e querido. É muito difícil encontrar alguém que não gostasse dele", diz Mario Sarrubbo. Ele lembra que o pai era chamado de "príncipe de advogacia" por colegas, em referência à sua educação e polidez.
Até 2018, Mario Genari ainda costumava ir ao escritório. Além do direito e da família, sua outra paixão era o Palmeiras.
"Ele era fanático", lembra o filho, que afirma que o pai conseguiu construir uma família bonita, que seguiu sua paixão. "Foi palmeirense de corpo e alma. Leva consigo o amor pelo Verdão, chancelado fielmente por seus quatro netos, que tanto o honraram com seus diplomas de advogados, engenheiro e médico."
Ao longo da vida, nunca saiu de Moema e costumava dividir com a família e os amigos as memórias sobre o bairro em que cresceu. "Ele começou pequeninho e terminou gigante", diz o filho.
Mario Genari morreu no último dia 9 em decorrência de uma falência renal. Ele deixa a família que construiu ao lado da esposa —os filhos Tânia, Mariângela e Mario, os netos Bruno, Rafael, Luís Felipe e Pedro Henrique, a nora Simone Rodrigues Coutinho Sarrubbo e os genros Augusto Scalabrini e Francisco Antônio Fragata Júnior.
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