Mulher de 19 anos morre após encontro com jogador do sub-20 do Corinthians em SP

Jovem sofreu sangramento e paradas cardíacas; defesa afirma que atleta prestou socorro e não cometeu nenhum crime

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São Paulo

Uma jovem de 19 anos morreu na noite desta terça-feira (30) depois de um encontro com o jogador Dimas Cândido de Oliveira Filho, 18, do sub-20 do Corinthians. Ela apresentou sangramento e desmaiou no apartamento dele no Tatuapé, na zona leste paulistana. A Polícia Civil investiga o caso.

Segundo a Polícia Militar, o jogador relatou que ele e Lívia Gabriele da Silva Matos se conheceram por meio de uma rede social e mantiveram contato por cerca de um mês. O encontro desta terça era o primeiro entre eles.

Em nota, o Corinthians afirmou estar ciente dos acontecimentos que envolveram um de seus atletas da base e que aguarda a investigação do caso. Disse, ainda, que está à disposição para colaborar com as autoridades e as famílias.

O advogado Tiago Lenoir, que defende o jogador, afirmou que o atleta prestou socorro e não houve crime.

Lívia Gabriele da Silva Matos, 19, morreu após encontro com jogador do time sub-20 do Corinthians - Reprodução/TV Globo

De acordo com a PM, o jogador declarou que a mulher começou a sangrar e desmaiou durante a relação sexual e ele chamou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

"A gente foi acionado no plantão noturno para verificar uma entrada no PS Tatuapé. Tratava-se de uma menina de 19 anos que teve quatro paradas cardiorrespiratórias seguidas. Uma no local, uma na viatura do Samu e duas já no PS Tatuapé, evoluindo a óbito. Ela tinha um forte sangramento na região íntima", disse o tenente da PM Lucas Sarri, em entrevista à TV Globo.

A PM foi acionada por volta das 21h30 por causa da morte considerada suspeita. Os militares levaram o jogador e um amigo dele de 17 anos até o 30º DP (Tatuapé). Esse amigo também é jogador do Corinthians, mas não estava no apartamento. Ele foi chamado por Filho no hospital para dar apoio e para levar um carregador de celular.

Jogador Dimas Candido de Oliveira Filho
Jogador Dimas Cândido de Oliveira Filho - dimasf_10 no Instagram

De acordo com o boletim de ocorrência, o jogador declarou que não usaram drogas nem bebida alcoólica e que mantiveram relações sexuais sem uso de qualquer objeto. No boletim consta também que Matos tinha uma fissura de cinco centímetros na vagina.

"O Dimas está na condição de testemunha. Foi convidado a prestar depoimento e liberado. A gente está aguardando o resultado da necropsia que vai apontar a causa da morte. Não tem nenhum vestígio de crime, o Dimas não cometeu crime algum", disse o advogado Tiago Lenoir.

Ainda segundo o defensor, os dois se conheceram pelo Instagram e era o primeiro encontro deles.

"Eles tiveram relação sexual consentida, com uso de preservativo. Ele percebeu que ela desmaiou, chamou o Samu, fez massagens cardíacas, continuou ajudando depois que o Samu chegou e acompanhou até o hospital", afirmou Lenoir.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que na residência do jogador havia manchas de sangue. O local foi preservado para perícia.

O caso foi registrado como morte suspeita no 30º DP e repassado para a 5ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). A equipe da unidade já ouviu algumas pessoas.

Ainda de acordo com a SSP, foi realizada perícia no apartamento do jogador, bem como exames de corpo de delito. Os laudos estão em fase de elaboração e serão analisados pela delegada responsável assim que ficarem prontos —ela não quis falar sobre o caso com jornalistas nesta quarta.

Pai da jovem acionou PM

O pai da jovem, um policial militar aposentado, e o jogador do time sub-20 do Corinthians se desentenderam enquanto Matos ainda era atendida pela equipe médica.

De acordo com o boletim de ocorrência, ele recebeu a informação por parte da equipe do hospital de que a filha tinha uma fissura vaginal de cinco centímetros. Ele conheceu o jogador e conversaram. Porém, o jovem avisou que tinha ligado para o pai —que mora em Minas Gerais— e ele teria comprado uma passagem para o jogador viajasse para o estado às 23h desta terça (30).

Nesse momento, o policial disse que o jogador, diante daquela situação, deveria permanecer no local. "Chegaram inclusive a se desentender no hospital, por esse motivo acionou a viatura", cita trecho do registro policial.

O advogado Tiago Lenoir rechaçou as declarações. "Isso não procede. Ele comprou a passagem antes [do ocorrido]. Ele quem chamou o Samu e acompanhou tudo."

Segundo a assessoria do Corinthians, o militar aposentado é prestador de serviço de uma empresa terceirizada que atua na segurança do Centro de Treinamento do time.

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