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Nunes chama presidente da Enel de 'mentiroso' e diz que vai à Justiça por falta de luz em SP

Prefeito questiona informação de que empresa teria 800 caminhões em serviços de reparos nesta quarta (10); OUTRO LADO: concessionária diz que apura o caso

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São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disparou críticas contra a Enel e o presidente da empresa, Max Xavier Lins, durante um evento que precisou se cancelado por falta de luz na manhã desta quarta (10). O temporal de terça (9) deixou transtornos na capital, com árvores caídas sobre fios e postes, falta de energia elétrica e semáforos inoperantes.

Segundo Nunes, é mentirosa a declaração de Lins de que há 800 caminhões da empresa trabalhando em reparos na cidade nesta quarta-feira. O prefeito afirmou que vai à Justiça contra a concessionária e que fará uma nova representação à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para que a empresa deixe a cidade.

"A gente está levantando todos os dados, possivelmente protocolamos hoje. Vamos solicitar que eles apresentem no site deles onde estão esses caminhões. O Max me mandou um WhatsApp dizendo que tinha 800 equipes [nas ruas]. Mentira, é mentira. Ele é mentiroso", afirmou Nunes.

Procurada, a Enel afirmou que não vai comentar as declarações.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) - Jardiel Carvalho - 25.set.2023/Folhapress

O prefeito quer que a Justiça determine que o site da Enel exiba informações completas sobre os pedidos de restabelecimento de energia, como data e horário da solicitação, e que a localização dos caminhões da companhia esteja disponível online, em aplicativos.

As tempestades desta segunda (8) e terça deixaram milhares de pessoas sem energia elétrica em São Paulo.

Nesta quarta (10), a falta de luz provocou o cancelamento da cerimônia de posse dos conselheiros tutelares em uma unidade da Unip da Vila Clementino. Nunes chegou a ir ao local, onde falou com jornalistas sobre as ações contra a Enel, mas o evento foi cancelado. Havia geradores à disposição, mas os equipamentos não aguentaram a demanda do ar-condicionado.

Segundo Nunes, a queda de uma árvore causou a interrupção do fornecimento de energia. O prefeito criticou a demora da Enel em restabelecer o serviço.

"A gente está com esse sofrimento de uma empresa que fala que tem um plano de contingência, porque quando a gente ganhou a ação, a primeira, daquilo ocorrido no dia 3 de novembro, a Justiça concedeu para a Prefeitura de São Paulo que eles apresentassem o plano de contingência e cumprissem, mas eles não cumpriram", afirmou.

Em decorrência disso, Nunes afirmou que vai registrar uma nova representação na Aneel.

"Vamos fazer uma representação na Aneel porque tem que acabar, essa empresa precisa sair daqui. Não compete à prefeitura, porque é um órgão federal. Nós vamos notificar dizendo o seguinte: já aconteceu lá em novembro, aconteceu de novo, esse é o terceiro grande episódio onde a Enel não dá resposta", afirmou.

Nunes também se queixou da Aneel. Segundo ele, a agência reguladora teria dito que faria uma fiscalização contundente da Enel e que apresentaria a ações a serem tomadas, o que não teria ocorrido.

"Isso aconteceu lá em novembro. Até agora a agência nacional não apresentou nada, e a gente tem previsão de que até o final de março a gente vai ter problema [com chuvas]. Imagina a gente passar três meses com uma empresa aqui com essa irresponsabilidade. A cidade não aguenta mais", concluiu.

Questionada, a Aneel respondeu que "o tema é prioridade" e que segue com seu cronograma de trabalho para apurar as responsabilidades sobre os efeitos do temporal de 3 de novembro.

"Foram instaurados processos de fiscalização nas sete distribuidoras que atendem o estado de SP e nesses processos estão sendo analisadas diversas dimensões do problema", disse a Aneel, como a preparação das distribuidoras para eventos críticos, o desempenho na prevenção dos seus efeitos, a capacidade de restabelecimento de energia, por exemplo.

"Nesse processo, estão sendo apuradas as responsabilidades para aplicação de sanções cabíveis", acrescentou a agência.

A Aneel disse ainda que, "nos últimos cinco anos, foram instaurados 17 processos de fiscalização nas concessionárias do estado de São Paulo, com penalidades da ordem de R$ 211 milhões", e que "apenas em 2023 as concessionárias do estado de São Paulo ressarciram mais de R$ 160 milhões diretamente aos consumidores afetados por falta de energia".

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