Descrição de chapéu clima chuva Defesa Civil

Temporal no RS deixa um morto, 12 feridos e 1,1 milhão de imóveis sem energia

Parte da região Sul continua em de grande perigo para tempestades nesta quinta, segundo Inmet

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo e Porto Alegre

O temporal que atingiu o Rio Grande do Sul na noite desta terça-feira (16) deixou um homem morto, 12 pessoas feridas e 1,1 milhão de imóveis sem energia. A região metropolitana de Porto Alegre sofreu com alagamentos, quedas de árvores e ventos fortes.

Segundo a Defesa Civil gaúcha, até as 18h30 desta quarta (17), 49 municípios reportaram danos ou ocorrências causadas pelas chuvas. Mais de 13 mil pessoas foram afetadas.

Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a metade norte do RS e quase todo o território de Santa Catarina seguem em alerta de grande perigo para temporais até as 12h desta quinta (18).

Homem morreu ao ser atingido pela marquise de um supermercado em Cachoeirinha (RS) - Reprodução/TV Globo

Nesta quarta, Porto Alegre acordou ao som de motosserras, com equipes cortando árvores que caíram sobre vias, fios e carros. Segundo a Climatempo Meteorologia, a cidade teve rajadas de vento de 89 km/h na região do aeroporto. Em Canela, na região serrana, o vento chegou a 102 km/h.

Somados os clientes das concessionárias RGE e CEEE-Equatorial, o estado tinha 1,194 milhão de imóveis sem luz, em razão sobretudo da queda de galhos e outros objetos sobre a fiação.

As regiões mais afetadas foram a central, Porto Alegre e região metropolitana e os vales do Taquari, dos Sinos e do Rio Pardo. Pela manhã, eram 574 mil pontos sem luz na área da RGE e outros 620 mil na concessão da CEEE-Equatorial.

Em nota, a RGE alertou "que a população deve ficar longe de fios partidos ou galhos de árvores que estejam caídos sobre a rede elétrica". Nesses casos, os clientes devem "acionar imediatamente a RGE e o Corpo de Bombeiros e aguardar o atendimento."

Segundo o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), um gabinete de crise foi instalado após o temporal. A principal preocupação é com a possibilidade de falta de água caso a falta de energia se prolongue. Das seis estações de captação e tratamento de água, cinco estão desligadas e das 23 casas de bombeamento, 11 ficaram sem energia.

Caso a falta de energia se prolongue, 80 localidades de Porto Alegre podem ficar sem água. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito narrou dificuldade em contatar a direção da CEEE-Equatorial para que se integrasse ao gabinete e fornecesse previsões de restabelecimento.

Um homem morreu em Cachoeirinha, município da região metropolitana da capital, após a marquise de um supermercado cair sobre ele durante o temporal. Segundo a Defesa Civil do município, a vítima era uma pessoa em situação de rua e se abrigava sob a estrutura que caiu. Mais cedo, ele teria recusado ajuda da assistência social.

O supermercado fica na avenida Capitão Garibaldi Pinto dos Santos, no bairro Parque Granja Esperança. Os bombeiros tiveram de serrar parte da estrutura para socorrer o homem, mas a morte foi constatada ainda no local.

área verde alagada
Vista aérea da São Sebastião do Caí (RS) registrada durante sobrevoo do governador Eduardo Leite durante as chuvas de novembro - Mauricio Tonetto - 20.nov.2023/Secom

No interior gaúcho houve relatos de danos sobretudo na região central, onde fica Santa Maria. No município de São Vicente do Sul, o Hospital São Vicente Ferrer foi destelhado e teve pacientes transferidos.

Cidades da fronteira oeste e da Campanha, como Uruguaiana, São Gabriel e Dom Pedrito, registraram desabamentos em estradas e destelhamento de residências.

Segundo o Inmet, a instabilidade perde força a partir da quinta-feira, quando o sistema de baixa pressão atmosférica se desloca para o mar, mas ainda deixa o tempo instável em Santa Catarina e no Paraná, especialmente nas áreas do leste e norte desses estados.

O Rio Grande do Sul foi castigado pelas chuvas em 2023 com duas enchentes de grandes proporções e elevado número de mortes. Em junho, a chuva que afetou sobretudo o litoral norte matou 16 pessoas e deixou mais de 16 mil ficaram desabrigadas. Depois, em setembro, foi a vez do Vale do Taquari, em que morreram 52 pessoas e outras seis nunca foram encontradas. Os municípios de Roca Sales e Muçum tiveram de ser praticamente reconstruídos do zero.

O temporal desta terça (16), porém, teve um perfil diferente, que chamou a atenção mais pela força das rajadas de vento em pouco tempo do que pelo volume de água acumulada. O episódio lembrou as chuvas de 29 de janeiro de 2016, que causaram danos em Porto Alegre em minutos. Centenas de árvores caíram e mais de 300 mil pessoas ficaram sem luz, mas não houve mortes.

O temporal dessa semana também foi mais abrangente, se deslocando por diferentes regiões.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.