Ações da PM no litoral paulista deixam 6 mortos depois de assassinato de soldado da Rota

Em todos os casos, segundo policiais, eles revidaram aos serem atacados; autor de disparo contra Samuel Wesley Cosmo não foi localizado

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São Paulo

Ações das tropas da Polícia Militar enviadas da capital para a Baixada Santista, região do litoral de São Paulo, após o assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmo, 35, na noite de sexta-feira (2), resultaram na morte de ao menos seis pessoas neste sábado (3).

Em todos os casos, os policiais afirmam que reagiram depois de as pessoas atirarem contra eles. Três dos seis homens mortos foram identificados e, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), tinham passagens por tráfico de drogas, roubos e furtos.

Cosmo foi baleado por um criminoso enquanto realizava patrulhamento em uma favela de palafitas em Santos. O soldado da Rota foi atingido no rosto ao se deparar com o bandido em uma viela. A câmera que o PM utilizava presa na farda registrou o crime.

Policiais da Rota no enterro do PM Wesley Cosmo, 35, no cemitério do Araçá, na capital paulista - Gabriel Silva/Ato Press/Folhapress

O corpo dele foi enterrado no sábado (3) no Mausoléu da PM, no cemitério do Araçá, na capital paulista. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acompanhou a cerimônia.

Até este domingo (4), o responsável pelo disparo não havia sido encontrado.

Durante as buscas por ele, na noite de sexta (2), três homens foram presos na rodovia dos Imigrantes, em Cubatão. No veículo em que estavam, segundo a SSP, houve a apreensão de uma pistola 9 mm municiada, além de cartões bancários, quatro celulares e um comprovante de transferência bancária de R$ 96 mil.

Com a morte de Cosmo, a SSP iniciou uma nova Operação Escudo na região do ataque ao policial. A intervenção se dá simultaneamente a outra que abrange toda a Baixada Santista e o litoral sul em decorrência da morte do soldado Marcelo Augusto da Silva, na Imigrantes, na altura de Cubatão, em 26 de janeiro.

Em uma publicação no seu perfil no X neste domingo (4), o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que três homens foram mortos na Vila dos Criadores, em Santos, após "atentarem contra os policiais" da Rota.

Esse caso, conforme registro policial, foi durante um cerco na região por volta das 23h de sábado (3). Os PMs disseram que foram recebidos a tiros na avenida Bandeirantes. Eles balearam três homens, que chegaram a ser levados à UPA da Zona Noroeste, mas não resistiram.

Nessa ação, segundo Derrite, foram apreendidas três armas, 196 porções de crack, 110 de maconha e 76 de cocaína.

Ainda em Santos, por volta das 11h deste sábado (3), um homem morreu depois de supostamente atirar contra policiais militares do 3° Batalhão de Polícia de Choque.

O homem chegou a ser socorrido, porém não resistiu. A polícia disse que ele portava um revólver calibre 38, que foi apreendido.

Em um imóvel, no qual ele teria tentado se esconder, foram encontradas uma mochila contendo 35 pedras de crack, 312 microtubos com cocaína e 386 de maconha, além de diversas facas, de acordo com a polícia.

O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária de Santos. Além da Polícia Civil, a PM acompanha o caso.

Mais cedo, na madrugada de sábado (3), uma ação da Rota também deixou um homem morto em Santos.

A SSP afirmou que ele atirou contra os policiais e acabou baleado. Levado ao Hospital Vicentino, não resistiu aos ferimentos. Houve a apreensão de uma pistola 9 mm e uma sacola com porções de crack e maconha.

O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, drogas sem autorização e tentativa de homicídio na Central de Polícia Judiciária de Santos.

Na mesma madrugada, outro homem foi morto em São Vicente, cidade vizinha a Santos. De acordo com a SSP, policiais da Rota deram ordem de parada, mas ele teria fugido a pé e atirado na direção dos PMs. Os agentes revidaram e o atingiram. O baleado foi socorrido, mas morreu.

Na casa em que ele teria buscado abrigo, foram encontradas 439 porções de maconha, 113 pinos com cocaína, duas pedras de crack, um frasco de lança-perfume, um caderno de anotações e uma pistola 9 mm.

O caso foi registrado na Delegacia de São Vicente como resistência, drogas sem autorização, posse e porte ilegal de arma de fogo e morte decorrente de intervenção policial.

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