Descrição de chapéu Alalaô violência

Cantora Pocah encerra bloco mais cedo em SP após brigas; veja vídeo

Foliões subiram em banheiros químicos e foram repreendidos pela artista; plateia também enfrentou furtos e calor

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São Paulo

Após sucessivas interrupções, motivadas por brigas e pela insistência de foliões em permanecerem em cima de banheiros químicos, a cantora Pocah decidiu encerrar antecipadamente o seu bloco em São Paulo, por volta das 16h40. Pela programação, o término seria às 18h.

"Pela segurança de vocês mesmos, eu vou ter que encerrar o bloco. Já fiz tudo o que eu podia, mas vocês não saber curtir na tranquilidade", disse ela, que na sequência agradeceu o público presente na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste da capital paulista.

O megabloco teve público estimado em 500 mil pessoas.

TrÊs homens em cima de banheiros químicos
Público subiu em banheiros químicos no bloco de Carnaval da cantora Pocah, que desfilou na avenida Marques de São Vicente, zona oeste de São Paulo, nesta terça (13) - Zanone Fraissat/Folhapress

Foliões ignoraram pedidos —inclusive da própria funkeira— e vaias e continuaram sentados em cima de banheiros químicos no bloco da Pocah. Diversas cabines foram danificadas ao longo do evento.

Houve ainda episódios de furto. Após o término do bloco, foliões foram cercados e tiveram pertences tomados por grupos de jovens quase em frente ao trio elétrico, que estava estacionado. A cena foi presenciada pelos cordistas que separavam o carro de som do público.

As testemunhas disseram ter visto furtos de celulares, bolsas e carteiras, além de agressões, inclusive contra um cadeirante.

Ao final do bloco, policiais civis à paisana prenderam ao menos cinco suspeitos de praticarem furtos e agressões no evento. Segundo os agentes, um grupo de aproximadamente 20 pessoas estava cercando e agredindo foliões para tomar seus pertences.

Outras 14 pessoas, a maioria jovens, foram detidas pela Polícia Militar.

Cauê Chagas, 18, tinha acabado de chegar ao bloco, por volta das 16h30, quando foi agredido por um grupo de jovens. Ele conta que teve um celular levado. "Achei que iam matar ele", conta a namorada, Micaella Mingareli, 16.

Pocah gritando no trio elétrico com público no chão
Cantora Pocah no desfile do seu megabloco de Carnaval em São Paulo nesta terça (13); evento ocorreu na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste - Zanone Fraissat/Folhapress

Outras vítimas aguardavam junto às viaturas da GCM (Guarda Civil Metropolitana), onde os suspeitos eram mantidos.

"No começo do bloco, no meio da multidão, enfiaram a mão no meu bolso e levaram o celular. Vi que agora meu cartão está bloqueado, acho que devem ter dado algum golpe", relatou o folião Elder Santos, 34, que tentava descobrir se a polícia conseguiu recuperar o aparelho.

Alertas

Ao longo da apresentação, Pocah já tinha feito pausas para indicar problemas. Às 15h, a cantora interrompeu a letra de "Me Abraça" para indicar à equipe de segurança um suposto roubo que presenciara no público do bloco. Cerca de 500 mil pessoas compareceram à festa, segundo a organização.

"Aqui não vai ter roubo", disse a cantora, que recebeu endosso do público. "Se pegar, a gente vai quebrar no pau", acrescentou.

Na sequência, deu continuidade à apresentação com outro sucesso da Banda Eva, "Eva".

Ao final da canção, o show foi novamente interrompido. Foliões que subiram em banheiros químicos para ter melhor visão do trio elétrico foram repreendidos pela cantora. "Só volto a cantar quando todos descerem. Depois quebra e eu tenho que pagar essa porra", disse Pocah.

Isso não impediu que foliões voltassem a subir nos banheiros químicos. Por volta das 15h30, a apresentação foi novamente interrompida, quando dezenas de pessoas usaram os sanitários como passarela para passar do fundo para a parte da frente do trio elétrico.

Minutos depois, a festa voltou a ser interrompida por causa de uma briga em frente ao carro de som. "Na moral, estou de saco cheio de quem vem pro bloco pra arrumar confusão. A gente veio aqui pra se divertir", disse Pocah.

Essa foi a primeira vez que Pocah trouxe seu megabloco a São Paulo.

Calor intenso

Outro problema enfrentado no evento foi o calor. Com menos de uma hora de festa, a temperatura alta e o sol forte já causavam atendimentos de primeiros socorros no bloco da Pocah.

Às 14h50, uma jovem foi levada por bombeiros civis para o interior da corda que separava o público do trio elétrico para ser atendida. Poucos minutos depois, outra menina foi levada em cadeira de rodas para a mesma área para atendimento.

Para aplacar o calor intenso sobre o público, um caminhão pipa lançava jatos d'água sobre a multidão, que respondia com gritos de alívio. Também houve distribuição de água mineral em garrafas descartáveis.

Havia pouquíssimas sombras no circuito do bloco, e os leques se tornaram indispensável para aproveitar a festa debaixo do sol forte.

Modelos descartáveis eram distribuídos por marcas, enquanto outros mais reforçados eram comercializados por vendedores ambulantes no entorno.

"Custou R$ 30, mas pagaria até mais nessa situação", conta a representante comercial Luiza Dias, 30, enquanto se abanava.

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