Descrição de chapéu violência

Dono de casa onde fugitivos de Mossoró se esconderam é preso

Segundo investigação, ele recebeu cerca de R$ 5.000 para que detentos ficassem no local, mas disse à polícia que tinha sido feito refém

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Mossoró (RN)

A polícia prendeu nesta segunda-feira (26) o mecânico Ronaildo da Silva Fernandes, 38, dono do terreno onde os dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, ficaram escondido por quase oito dias. Segundo investigadores, ele recebeu cerca de R$ 5.000 para que os fugitivos ficassem no local.

Fernandes chegou a ser detido na tarde de sexta-feira (23) numa blitz onde tinha passado todas as informações e foi liberado a noite. Já no sábado (24), ele foi detido novamente, sendo liberado no mesmo dia. "Para falar verdade, eu estou [assustado], quem é que não estaria se estivesse na minha pele", disse à Folha.

Homem de camisa azul, em uma zona rural
O mecânico Ronaildo da Silva Fernandes, 38, dono de terreno onde fugitivos da penitenciária de Mossoró se abrigaram na semana passada - Raquel Lopes/Folhapress

Em conversa com a reportagem no sábado, ele disse que sua família tinha sido feita refém. O mecânico também deu essa versão aos policiais.

De acordo com Fernandes, ele, a esposa e o bebê ficaram quase oito dias sob o poder dos criminosos. Ele afirma que gastou R$ 500 em comida para os foragidos durante o período.

"Ameaçaram minha família", diz. "Gastei pouco, foi na faixa de R$ 400 e pouco, R$ 500, por aí. Não foi muita coisa não", afirmou.

O cerco na divisa foi intensificado na sexta-feira (23) em busca dos fugitivos após essas novas informações. Segundo investigadores, o carro em que estava Fernandes foi abordado em uma barreira feita pelo Gaep (Grupo de Ações Especiais Penitenciárias do Sistema Penitenciário Federal).

Até o momento, quatro pessoas foram presas sob suspeita de ajudar na fuga de dois detentos. Dois dos detidos na operação foram presos em flagrante com armas e drogas, enquanto um terceiro tinha um mandado de prisão em seu nome e foi preso pela Polícia Federal em Quixabeirinha, em Mossoró. Um carro também foi apreendido pela polícia.

A investigação já trabalhava com a hipótese de que a dupla tivesse recebido ajuda fora do presídio. Isso, inclusive, teria motivado o cerco realizado na quarta-feira (21) na cidade de Baraúna, também no Rio Grande do Norte, onde cartazes com o rosto dos fugitivos foram espalhados.

Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho ou Tatu, são suspeitos de ligação com a facção Comando Vermelho.

Eles fugiram do sistema prisional na madrugada do último dia 14, Quarta-Feira de Cinzas. Para fugir da penitenciária, eles usaram uma barra de ferro, retirada da estrutura da própria cela, para escavar o buraco da luminária pelo qual conseguiram escapar, afirmam integrantes da cúpula das investigações.

A luminária por onde os presos fugiram não estava protegida por concreto —apenas por alvenaria. Além disso, câmeras de vigilância não estavam funcionando, assim como algumas lâmpadas.

Investigações apontam que a penitenciária não estava fazendo revistas diárias nas celas ou nos detentos, o que seria um erro de procedimento. Mesmo as celas desocupadas deveriam receber inspeções regulares.

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