Irmão de brasileira assassinada em Paris organiza vaquinha virtual para trazer corpo ao país

Corpofoi encontrado em 13 de janeiro em quarto de hotel, com corte profundo no pescoço

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RFI

Em 13 de janeiro deste ano, a polícia francesa foi acionada após uma camareira de um hotel em Paris encontrar o corpo de uma mulher com um corte profundo no pescoço. Ela foi identificada como Maria Rita Bispo dos Santos, 43 anos, brasileira. As investigações indicam que ela teria sido "mula" para o tráfico internacional de drogas. A família organiza uma vaquinha virtual para trazer o corpo de Maria Rita de volta ao Brasil.

Anderson Bispo dos Santos Santana, 42 anos, policial militar em Cumuri (BA), é quem está tratando dos trâmites legais. "A mãe de Rita foi adotada por minha avó no papel, depois Rita foi criada por minha mãe", contou à reportagem da RFI. "Minha mãe estava grávida, meu irmão mais novo nasceu cinco dias depois de Rita e crescemos todos como irmãos."

Anderson conta que organizou a vaquinha para tentar meios de trazer o corpo de Maria Rita para o Brasil. Caso a família não arque com os custos, ela será enterrada como indigente.

pedestres caminham por rua larga cercada por árvores com o monumento Arco do Triunfo ao fundo
Avenida Champs-Élysées, em Paris - Ludovic Marin - 2.jul.2023/AFP

Os custos são de cerca de R$ 35 mil, conta o irmão. Se ela fosse cremada, esse valor cairia para cerca de R$ 18 mil. Mas, eventualmente, a Justiça francesa poderia ordenar uma exumação do corpo para investigação, por isso a possibilidade de cremação foi descartada por enquanto. A família aguarda uma posição das autoridades francesas.

A Polícia Federal brasileira conseguiu encontrar a mãe biológica de Rita, Susana, que vive na Suécia há mais de 30 anos. Anderson conta que Maria Rita tinha deixado Ilhéus (BA), onde cresceu, há cerca de dez anos, e que os contatos eram esporádicos, por telefone ou WhatsApp. Ela morou em São Paulo e no Rio. "Foi uma surpresa saber que ela poderia estar envolvida em tráfico de drogas", disse Anderson.

Um dia depois da descoberta do corpo de Maria Rita, duas brasileiras foram presas no aeroporto Charles de Gaulle quando tentavam deixar a França. Em audiência diante de uma juíza, em 18 de janeiro, as suspeitas admitiram o tráfico de drogas, por dificuldades financeiras e pessoais.

Filho de 3 anos está em abrigo em SP

Segundo o irmão, Maria Rita embarcou no dia 6 de janeiro, com um brasileiro que está sendo procurado, e chegou no dia 7. Ela ficou hospedada no hotel de L'Europe, um estabelecimento modesto no 17° distrito de Paris, por uma semana.

As outras duas brasileiras contam quem as três eram mulas, de acordo com informações obtidas pela agência de notícias AFP junto a fontes da Justiça francesa. O Ministério Público de Paris abriu uma investigação por homicídio doloso. Contatada pela RFI, a defesa das brasileiras se recusou a fornecer detalhes do processo.

Anderson conta que Artur, filho de Maria Rita, de três anos, está em um abrigo em São Paulo, pois o pai da criança trabalha em uma embarcação.

"O pai do menino volta dia 25 deste mês e então vamos conversar a respeito, pois estamos dispostos a criar o Artur como se fosse da família", revelou o irmão de Maria Rita.

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