Descrição de chapéu violência

Polícia descobre central de desbloqueio de celular furtado na rua do Glicério, no centro de SP

Duas pessoas foram presas, e 41 telefones podem ser devolvidos aos proprietários

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São Paulo

Um jovem de 16 anos teve o celular furtado ao entrar em uma estação de metrô. Um médico passageiro de um Uber não pode fazer nada ao ver seu aparelho ser tomado de suas mãos. Um supervisor de segurança teve o vidro de seu carro quebrado, e seu celular levado. Essas pessoas têm algo em comum: seus telefones foram achados em um imóvel na rua do Glicério, no centro de São Paulo.

Os três se cruzaram na última sexta (2), quando estiveram na sede do 1° Cerco (Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado), na região da rua 25 de Março, para retirar os pertences recuperados pela Polícia Civil.

Segundo agentes que participaram da investida, a polícia foi procurada por vítimas que indicavam a localização aproximada de seus aparelhos. A investigação chegou, então, a uma galeria, onde duas salas armazenavam 41 celulares roubados e notebooks usados para limpar os dados dos aparelhos —sem arquivos armazenados, os telefones ficam aptos para serem revendidos.

Na ação também foram apreendidos um tablet e outros computadores usados pelos criminosos para invadir os celulares e tentar acessar contas de banco e realizar transações financeiras.

Aparelhos recuperados pela Polícia Civil em uma sala na rua do Glicério, no centro de São Paulo
Aparelhos encontrados em uma sala na rua do Glicério, no centro de SP - Divulgação/Polícia Civil

A auxiliar administrativo Paula Tyemi, 45, contou ter ido à delegacia para buscar o celular do filho de 16 anos. O adolescente estava com o aparelho havia menos de um mês quando sentiu um empurrão ao entrar na estação Liberdade do metrô, no dia 29 de janeiro. Foi quando teve o telefone furtado.

Quem também estava ali era o supervisor de segurança Cleiton Lucena da Silva, 45. Seu "despresente" de Natal ocorreu na avenida do Estado.

Ele conta que, no dia 25 de dezembro, havia deixado um familiar na rodoviária do Tietê e seguia pela avenida do Estado quando parou em um semáforo. Um ladrão então quebrou o vidro do automóvel e fugiu às pressas com o aparelho. "Já tinha desistido de encontrar", disse. Silva.

Os policiais relataram certa dificuldade em fazer a entrega dos celulares. Segundo eles, descrentes de recuperar os aparelhos, muitas vítimas deixam de registrar boletim de ocorrência, o que dificulta o trabalho de devolução —os agentes precisam, por exemplo, entrar em contato com as operadoras para saber quem são os donos.

A terceira vítima presente na delegacia era o médico Kassem Saleh, 31. Ele estava em um carro por aplicativo e passava pelo bairro da Liberdade quando um ladrão aproveitou o vidro aberto do veículo para pegar seu celular. Segundo Saleh, os criminosos chegaram a trocar sua senha de e-mail, mas, assim como nos outros dois casos, não conseguiram subtrair valores em dinheiro de sua conta bancária.

Investigadores disseram à reportagem que os celulares que chegam até a rua do Glicério são tomados pelo grupo conhecido por quebrar os vidros de veículos —diferentemente dos aparelhos encaminhados para a rua Guaianases, em Campos Elíseos, que geralmente são furtados por criminosos em bicicleta.

De acordo com os policiais, oito pessoas foram detidas na ação, a maioria de estrangeiros. Após audiência de custódia, dois tiveram a prisão preventiva decretada.

Já no domingo (4), em meio a desfiles de rua do pré-Carnaval, sete pessoas foram detidas pela polícia e encaminhadas para a 1° Cerco sob suspeita de furtar celulares.

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