Descrição de chapéu violência

Homem morre em ação da PM em Praia Grande e Operação Verão soma 48 óbitos

Polícia afirma que foi recebida a tiros e revidou; no local foram encontradas armas e drogas, segundo SSP

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São Paulo

Um homem de 32 anos morreu durante ação da Polícia Militar em Praia Grande, no litoral paulista, no último sábado (16). Com a nova morte, os óbitos decorrentes de intervenções policiais chegaram a 48 na Operação Verão, na Baixada Santista.

De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) abordaram um veículo em São Vicente, no sábado. Após revista, encontraram drogas e prenderam os dois homens que estavam no carro.

Movimentação de policiais militares do Baep, na Vila Baiana, em Guarujá - Danilo Verpa - 31.jul.2023/Folhapress

Após a prisão, ainda segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a dupla revelou um endereço em Praia Grande onde teriam mais entorpecentes e armas.

Os policiais foram até o local e, de acordo com a pasta da segurança, foram recebido a tiros e revidaram. Na suposta troca de tiros, o homem que teria atirado contra os policiais foi baleado e morreu. Com ele, de acordo com a SSP, foi apreendida uma pistola 765, e na residência havia um revólver calibre 32, além de uma mochila contendo 321 porções maconha, cocaína e crack.

Exames periciais foram solicitados e as armas dos policiais foram apreendidas. O caso foi registrado como tráfico de entorpecentes e morte decorrente de intervenção policial na Central de Polícia Judiciária de Praia Grande.

A primeira fase da Operação Verão começou no dia 18 de dezembro, com foco no reforço da segurança das cidades do litoral. Ela entrou em uma nova fase após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, no dia 2 de fevereiro —é a partir desta data que as 48 mortes são contabilizadas.

Cosmo foi assassinado durante patrulhamento em uma favela de palafitas na periferia de Santos.

Após o então secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, dizer não reconhecer excessos por parte da PM, a Ouvidoria da Polícia disse ter encaminhado ao governo do estado 27 queixas de abusos durante a operação entre janeiro e fevereiro.

A gestão Tarcísio de Freitas declarou que todos os casos de mortes em confronto são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário.

Diante da violência que atinge a região, organizações de direitos humanos denunciaram na ONU as ações da PM no litoral. Na sexta (8), o governador chegou a dizer "não estar nem aí" para as possíveis denúncias de violações que foram apresentadas para o colegiado internacional.

A 3ª fase da Operação Verão permanece em andamento por tempo indeterminado, segundo a Secretaria da Segurança. Desde o início da 1ª fase da ação, em 18 de dezembro, 936 criminosos foram presos, incluindo 368 procurados pela Justiça, e 684,2 kgs de drogas foram apreendidos, afirma a pasta. Além disso, 100 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, foram recolhidas.

"Até o momento, 48 pessoas morreram em confronto com a polícia, entre elas o líder de uma facção criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos", afirma a SSP.

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