Moradores do centro correm para shopping para fugir de apagão em São Paulo

Frequentadores lotaram empreendimento para trabalhar, estudar e carregar eletrônicos; Enel não dá previsão de normalização

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São Paulo

O apagão que deixou bairros do centro de São Paulo sem energia nesta segunda-feira (18) afetou a rotina e os compromissos de milhares de pessoas. Para contornar o problema, muitas tentaram alternativas para não ficarem incomunicáveis. O shopping Frei Caneca foi um dos lugares buscados para celulares e computadores.

Desde a manhã, bairros centrais como Santa Cecília, Higienópolis, Vila Buarque, Consolação e a região da Augusta e adjacências ficaram sem eletricidade devido a uma ocorrência na rede subterrânea que atende a região de Higienópolis, de acordo com a Enel, concessionária de energia.

Nos corredores do empreendimento comercial a cena se repetia: pessoas aflitas procurando de andar em andar uma tomada livre. Pessoas encostadas nas paredes ou sentadas no chão usando tomadas eram recorrentes.

Mirella Casagrande, 38, tradutora usando tomada do Shopping Frei Caneca, no bairro da Consolação - Danilo Verpa/Folhapress

Uma delas é o produtor Fabio Henrique Pratezi, 26. Ele mora na mesma rua do shopping. "Eu fui andando até achar uma tomada livre no segundo andar. Fiquei uns 40 minutos carregando o celular", disse.

Ele explicou que a falta de energia afeta todas as atividades.

"Pedi comida e tive de descer oito andares e depois subir os oito andares. Trabalho em casa, sem energia não tem ventilador, não tem ar-condicionado, elevador, air fryer, nada", explicou.

O produtor disse que o shopping estava mais cheio que o normal. "Tinha muita gente lá. Tem uma área para carregar o celular, sou frequentador do shopping e nunca tem gente lá, mas hoje tinha fila. O shopping tem várias tomadas em todos os andares e isso facilitou", complementou.

A professora universitária e pesquisadora Denise Paiero trabalha em casa às segundas-feiras, quando concentra pesquisa e correções de trabalho, e foi pega de surpresa pela falta de eletricidade.

"Acordei cedo, comecei a trabalhar, não carreguei os equipamentos, mas perto de 10h a energia acabou e vi que estava quase sem bateria em tudo", disse.

De acordo com ela, a Enel deu prazo de solução até as 14h, depois as 16h, mas como não resolvia, ela teve de ir ao shopping carregar o celular.

"Ficar sem energia é péssimo. Não ter previsão correta de retorno piora muito a situação. Meu pai está doente, em tratamento e não dá para eu ficar incomunicável", afirmou.

O Shopping Frei Caneca disse que registrou um aumento significativo no número de clientes que estiveram no estabelecimento para trabalhar e estudar devido à falta de energia. O shopping explicou que o fluxo esteve concentrado no espaço coworking, no espaço recarregue, nos cafés do empreendimento, na praça de alimentação e, também no espaço infantil.

"Entendemos que o shopping, além de ser um destino de lazer, também é um ponto importante de serviço, o que se reforça no dia de hoje", afirmou Eliane Oliveira, coordenadora de marketing do centro de compras.

Questionada, a Enel não respondeu quantos clientes foram afetados pela falha nem deu previsão para solução do problema. Moradores ouvidos pela Folha dizem ter recebido da empresa a informação de que a normalização do serviço está prevista para as 22h.

O Hospital Central da Santa Casa ficou sem energia e teve de remarcar procedimentos e exames. A unidade está sendo alimentado por geradores nas áreas de internação e emergências.

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