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Polícia prende 2 suspeitos de negociarem armas furtadas do Exército com CV e milícias

Homens estavam em condomínio de luxo em Santana de Parnaíba (SP) e foram presos por policiais do RJ

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São Paulo e Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na noite desta quinta-feira (11), dois suspeitos de negociarem as 21 armas furtadas do arsenal do Exército em Barueri (Grande SP) com integrantes do Comando Vermelho e da milícia.

Jesser Marques Fidelix e Márcio André Geber Boaventura Junior estavam em um condomínio de luxo na cidade de Santana de Parnaíba (SP). A reportagem não conseguiu localizar as defesas. O delegado responsável pela investigação não informou se os suspeitos já apresentaram advogado.

Momento da prisão dos investigados em Santana de Parnaíba (SP), nesta quinta-feira (11) - Reprodução/TV Globo

Segundo a polícia do Rio, equipe da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) levantou informações, realizou um trabalho de inteligência e analisou um vídeo que circulava na internet. Assim, identificaram dois homens e constataram que eles estariam negociando as armas para que traficantes do Comando Vermelho e milicianos as utilizassem em confrontos na Gardênia Azul e na Cidade de Deus, na zona oeste da cidade.

"O grupo a princípio atua de forma independente, não está vinculado a nenhuma das grandes facções criminosas do Rio. Muito embora, no caso do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, as armas tenham sido negociadas com a maior facção criminosa do estado do Rio, o Comando Vermelho. A ideia central é a manutenção da vida luxuosa do grupo", afirmou o delegado Pedro Cassundé, titular da DRE.

De acordo com o delegado, a investigação indicou que o grupo liderado por Fidelix tem relações com o PCC e com o tráfico de drogas internacional. O elo, segundo Cassundé, seria Ricardo Picolotto, o R7, preso desde o ano passado por suspeita de tráfico de armas. Ele é apontado como sócio de Felipe Santiago Acosta Riveros, o Macho, suspeito de ser um dos principais traficantes de drogas do Paraguai.

De acordo com as investigações, os presos e outros investigados atuam no comércio ilícito de armas de fogo, principalmente as de uso restrito, e em outros crimes como receptação e clonagem de veículos para troca por armas com grandes fornecedores.

"Tudo converge para uma organização criminosa muito bem estruturada para prática de crimes diversos com a finalidade de acumular riqueza", disse o delegado.

O Comando Militar do Sudeste afirmou que um dos presos é um dos civis denunciados pelo Ministério Público Militar no inquérito que investiga o furto das armas. Ao todo, oito pessoas são rés na Justiça Militar acusadas de envolvimento no caso —quatro militares e quatro civis.

"O Exército permanece atuando para a recuperação das duas armas restantes, bem como para a responsabilização de todos os envolvidos, de forma integrada com outros Órgãos de Segurança Pública", disse o Comando Militar do Sudeste.

Das 21 armas furtadas, 19 acabaram recuperadas pelas polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo. Duas metralhadoras com poder antiaéreo, que podem derrubar helicópteros, continuam desaparecidas.

A dupla foi encontrada com apoio da Polícia Civil paulista, por meio do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico). Uma denúncia anônima também auxiliou os agentes a localizar os suspeitos. Contra eles foram cumpridos mandados de prisão temporária.

Nesta sexta-feira (12), os agentes cumpriram mandados de buscas e apreensão em endereços no Rio ligados à quadrilha dos dois presos e apreenderam uma pistola, dois carregadores, um rastreador, quatro carros, um caminhão, 12 telefones celulares e três notebooks, além de pen drives e documentos diversos, entre outros materiais.

Em fevereiro, dois militares suspeitos de participação no furto já haviam presos de forma preventiva (sem prazo para liberação). A patente e os cargos dos militares não foram informados pelo Comando Militar do Sudeste.

O Exército puniu administrativamente 38 militares pelo furto do armamento. Segundo o Comando Militar do Sudeste, entre as punições internas estavam detenções disciplinares de 1 a 20 dias.

As primeiras punições ocorreram no fim de outubro de 2023, quando 17 militares foram presos administrativamente. Os outros 21 militares foram submetidos a sanções entre novembro e janeiro.

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