Saiba o que falta esclarecer no caso do motorista do Porsche

Empresário pagou R$ 500 mil de fiança e entregou passaporte e celular

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São Paulo

Motorista do Porsche que causou o acidente que deixou uma pessoa morta em São Paulo no início de março, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, já pagou uma fiança de R$ 500 mil pelo acidente, entregou o passaporte e o celular para a polícia.

Testemunhas do caso foram ouvidas, como sua namorada, o amigo que estava com ele no carro e a namorada do amigo que estava com ele na noite que antecedeu o acidente. Enquanto a namorada de Fernando nega que ele tenha bebido, os amigos afirmam que todos beberam horas antes do acidente.

Dono de Porsche que bateu e matou motorista em SP se apresentou à polícia 30 horas após o acidente
Dono de Porsche que bateu e matou motorista em SP se apresentou à polícia 30 horas após o acidente - Reprodução

A batida aconteceu na madrugada do último dia 31 em uma via da zona leste de São Paulo. O Porsche de Fernando bateu no carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que morreu.

Também foram ouvidas pessoas que estavam próximas ao local e viram o acidente. Elas disseram à polícia que Fernando estava com semblante embriagado, com olhos vermelhos, que cambaleava e que ele vomitou após o acidente.

Agora, a polícia analisa imagens dos estabelecimentos que Fernando esteve antes do acidente para verificar se o jovem ingeriu bebida alcóolica na noite do acidente. A expectativa é que a perícia seja entregue até o fim desta semana.

A Folha teve acesso ao inquérito com informações sobre onde Fernando e amigos estiveram antes do acidente —eles foram jantar e depois seguiram para uma casa de pôquer.

Em um dos estabelecimentos, eles consumiram oito drinques chamado Jack Pork —feito com uísque, licor, angostura e xarope de limão siciliano—, além de uma capirinha de vodca.

Também foram consumidos água, um torresmo, um bolinho de costela, um hambúrguer e outros dois salgados. O total gasto foi de R$ 620. No inquérito é dito que ainda não é possível confirmar se há imagens de Fernando ingerindo bebida alcoólica, mas que existe essa possibilidade.

A Justiça de São Paulo negou dois pedidos de prisão de Fernando. No último, do dia 8 de abril, foram estabelecidas medidas cautelares, como pagamento da fiança, entrega do passaporte, celular, proibição de sair da área de jurisdição da vara e do contato com testemunhas do caso.

RELEMBRE O CASO

A colisão aconteceu na avenida Salim Farah Maluf por volta das 2h no domingo, dia 31 de março. Fernando perdeu o controle do Porsche e colidiu na traseira de um Renault Sandero, de acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência. Atingido, Ornaldo foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.

Fernando foi indiciado criminalmente por homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente. O dono do Porsche se apresentou na delegacia na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.

O Ministério Público afirma que Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do empresário que causou o acidente, tentou atrapalhar as investigações.

De acordo com a Polícia Civil, o condutor do Porsche foi levado do local do acidente no carro da mãe sob a alegação de que seria atendido no hospital São Luiz. Com isso, os policiais militares que atenderam a ocorrência não aplicaram o teste do bafômetro.

A conduta da mãe do dono do Porsche também foi levada em consideração para o pedido de prisão, segundo o delegado Ruiz.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou a PM que está apurando se houve erro por parte dos policiais militares ao permitir que ele fosse socorrido pela mãe.

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