Mulher suspeita de matar namorado com brigadeirão misturado a morfina é procurada no RJ

Corpo do empresário foi encontrado em apartamento em estado avançado de decomposição; polícia investiga se morte foi cometida para quitar dívida com cigana

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Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro procura uma mulher suspeita de ter matado o namorado com medicamentos misturados a um brigadeirão.

Segundo as investigações, Julia Andrade Cathermol Pimenta, 29, tinha a intenção de roubar os bens do empresário do ramo da construção civil Luiz Marcelo Antônio Ormond, 45, com quem mantinha uma relação, para quitar uma dívida de R$ 600 mil com uma cigana. A polícia não disse se Julia já tem advogado.

Ormond foi encontrado morto no dia 20 de maio em seu apartamento no Engenho Novo, zona norte do Rio de Janeiro. O corpo estava em estado avançado de decomposição. Um laudo aponta que ele morreu de três a seis dias antes ser encontrado.

Vídeo de câmera de elevador obtido pela Polícia Civil mostra Luiz Ormond conversando com a namorada Julia Pimenta, principal suspeita do crime - Reprodução/TV Globo

Dentro do apartamento a polícia achou dois ventiladores ligados na direção do corpo, para atenuar o cheiro. Ainda assim, o forte odor alertou vizinhos, que procuraram a polícia. Um urubu chegou a aparecer na janela, segundo relatos dos moradores.

Suyany Breschak, 27, que faz parte de uma família de ciganos, foi presa na terça-feira (28) pela 25ª DP (Engenho Novo) por suspeita de participação no crime. A polícia diz suspeitar que Suyany sabia do plano de Julia e de detalhes do relacionamento.

No dia 24 de abril, o empresário fez uma publicação no Facebook na qual afirma ter se casado em 2024.

Luiz Ormond beija Julia Cathermol Pimenta em elevador, em vídeo obtido pela Polícia. Mulher é suspeita de envenenar namorado com brigadeirão misturado a morfina - Reprodução/TV Globo

Nesta quinta-feira (30) uma audiência de custódia manteve a prisão de Suyany no instituto penal Oscar Stevenson, em Benfica. Procurada pela reportagem, a defesa da suspeita, representada pelo advogado Clhysthom Thayllon, afirmou que ela "não teve participação nenhuma no crime".

Familiares alegam que o trabalho de Suyany como cigana é alvo de preconceito e que isso causa influência na investigação.

Marcos Buss, titular da delegacia que investiga o crime, afirma que "tudo aponta para motivação financeira". Julia devia dinheiro à cigana por uma série de trabalhos espirituais realizados.

"Parece que ela queria se apossar financeiramente dos bens do Luiz. Ela levou carro, computador, telefone e armas. Estamos verificando também se houve transferências bancárias. Já conseguimos recuperar o carro, o telefone e duas pistolas."

O carro que pertencia a Ormond foi encontrado com um homem em Cabo Frio, município da Região dos Lagos a cerca de 220 km da capital fluminense. Ele é apontado como ex-namorado de Suyany e chegou a ser preso com a cigana por suspeita de receptação, mas a polícia ainda não sabe se ele tem envolvimento com o homicídio.

Imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia mostram que Julia passou mais de três dias no apartamento convivendo com o corpo.

À polícia Suyany disse que Julia foi a uma farmácia nas proximidades do apartamento, comprou remédios de uso controlado com morfina e misturou cerca de 50 comprimidos em um brigadeirão, consumido por Ormond. A polícia espera uma análise laboratorial para confirmar a versão. Vídeos mostram Ormond "grogue", segundo o delegado, após a ingestão do doce.

"Suyany era uma espécie de mentora espiritual da Julia há muito tempo. Se conheciam de longa data", afirma o delegado. "Tudo indica que a Julia estava sob forte influência e que Suyany soube de tudo e sabia dos passos da Julia."

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