Descrição de chapéu São Paulo

Ricardo Nunes diz que Milton Leite colocou contas bancárias à disposição da Justiça

Folha mostrou que, em documento, Ministério Público apontou que Leite teve 'papel juridicamente relevante na execução dos crimes' envolvendo a Transwolff; vereador nega

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São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), comentou nesta terça-feira (28) a investigação do Ministério Público que envolveu a quebra de sigilo bancário e fiscal do presidente da Câmara de Vereadores, Milton Leite (União Brasil).

Leite é um dos mais influentes aliados de Nunes, que tentará a reeleição neste ano. O vereador é cotado para ser o vice na chapa.

"O que eu ouvi dele [Milton Leite] é que colocou à disposição todas as contas bancárias e fiscal. Acho que quem coloca as contas à disposição está tranquilo com relação à investigação", afirmou o prefeito.

O presidente da câmara de vereadores de São Paulo, Milton Leite, durante sessão - Danilo Verpa - 02.mai.2024/Folhapress

"Todo o trabalho de investigação é importante, e ainda mais para o agente público. Até porque possibilita que não se cometa injustiça no processo. A gente sempre confiou na Justiça, é normal o agente público ser investigado e fiscalizado", prosseguiu Nunes.

No momento, o prefeito não avalia descartar o apoio do presidente da Câmara, que classificou como "importante". "A relação da Prefeitura de São Paulo com a Câmara é republicana, não tem a ver com essa situação de investigação", afirmou Nunes.

"[A investigação] É um processo normal, não tenho dados do que o Ministério Público está investigando, obviamente. Mas está fazendo a sua função", completou o prefeito.

Reportagem da Folha, publicada neste sábado (25), revelou que os promotores do Gaeco (grupo de combate ao crime organizado) afirmam que Leite teve "papel juridicamente relevante na execução dos crimes sob apuração" envolvendo a Transwolff.

O vereador disse à reportagem que desconhece a quebra de sigilo pela Justiça, mas coloca todos os dados à disposição da Promotoria. Leite também afirmou que é apenas testemunha nesse caso e critica o que chama de "ilações de terceiros".

Os sigilos fiscal e bancário do parlamentar foram quebrados com autorização da Justiça. Ao pleitear a quebra de sigilos, o Ministério Público apontou, em fevereiro do ano passado, a possível ligação do político com os dirigentes da empresa de ônibus da zona sul.

Apesar das afirmações, Leite não estava entre os alvos da operação "Fim da Linha".

Na denúncia oferecida pela Promotoria à Justiça, em abril passado, Milton Leite é arrolado apenas como testemunha. Além dele, também foi chamado para testemunhar o deputado federal Jilmar Tatto (PT). Nos documentos aos quais a Folha teve acesso, não há suspeitas semelhantes contra o petista.

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