Defesa Civil de SP cria novo sistema de alerta contra cheias de rios

Projeto pode ser implantado primeiro em São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, que tem histórico de enchentes

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São Paulo

A Defesa Civil de São Paulo deve anunciar na manhã desta quarta-feira (5) um plano de integração das sirenes de alerta ao nível dos rios que podem provocar cheias. A ideia é que os moradores possam ser avisados antes da enchente.

Segundo o coronel Henguel Ricardo Pereira, coordenador da Defesa Civil paulista, a proposta surgiu depois que ele próprio e suas equipes ajudaram no atendimento aos moradores afetados pelas cheias no Rio Grande do Sul. "Muitos impactos poderiam ter sido evitados se os moradores tivessem sido retirados antes", diz.

Moradores caminham ao lado de um rio transbordado que ameaça invadir a área urbana. Casas e estabelecimentos comerciais com telhados de barro estão próximos à margem, enquanto postes de energia e uma cerca parcialmente submersa delineiam a rua inundada
Em 2013, cheia em São Luiz do Paraitinga obrigou famílias a deixarem suas casas - Avener Prado/Avener Prado/Folhapress

O projeto ainda depende do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que terá de lançar processo de licitação para a aquisição das antenas que farão a transmissão da informação obtida na cabeceira do rio com as áreas de risco a quilômetros de distância.

A intenção é que a primeira sirene seja inaugurada antes de novembro deste ano, quando começa a temporada de chuvas no estado.

Esta sirene deve ser inaugurada na cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, com informações do nível do rio Paraíba do Sul em Cunha, a cerca de 50 km de lá. Com pouco mais de 10 mil habitantes, a cidade foi bastante afetada por uma grande enchente em 2010. De lá para cá, outras inundações atingiram a cidade.

Após esse teste, a proposta deve ser implementada, segundo Pereira, nos rios Ribeira e Capivari. "São rios muito caudalosos e que já provocaram enchentes em cidades próximas ao seu leito", afirma.

No caso do primeiro, o rio entra na área do estado em Ribeira, e as informações a partir deste município podem servir para a produção de alertas para Eldorado, Sete Barras e Registro, a maior cidade do Vale do Ribeira, com pouco mais de 56 mil habitantes. "São Paulo teria de fazer uma parceria com o Paraná para monitorá-lo desde a nascente, no estado vizinho", diz.

A nascente do rio Capivari fica em Jundiaí, e o monitoramento em seu curso poderia reduzir danos como os que foram causados por uma grande enchente na cidade de Capivari, onde desemboca no rio Tietê, no ano passado. O rio também passa por municípios importantes da região metropolitana de Campinas.

Depois de desenvolver o projeto nesses rios, Pereira afirma que será possível expandir para outras regiões, inclusive da Grande São Paulo, como os ribeirões dos Couros e dos Meninos, no ABC, e o Jardim Pantanal, na zona leste da capital.

A Defesa Civil atualmente tem sirenes apenas em regiões com risco de deslizamento de terra, em São Sebastião e Guarujá, no litoral, e em Franco da Rocha, na grande São Paulo. São áreas consideradas de risco e que tiveram desastres recentes. Os alertas são disparados com base no volume das chuvas.

No anúncio nesta quarta deve ser lançado ainda o Fundo de Proteção e Defesa Civil, com o objetivo de garantir o repasse de recursos em caso de desastres, bem como a captação de recursos externos.

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