Descrição de chapéu transporte público

Reuniões entre motoristas e empresas tentam impedir greve de ônibus marcada para esta quarta (3) em SP

Negociações estão travadas; prefeitura pede que Justiça determine a circulação de 100% dos veículos no horário de pico

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São Paulo

Motoristas de ônibus da cidade de São Paulo chegam a esta terça-feira (2), véspera da data marcada para a greve da categoria, com duas reuniões marcadas com representantes dos empresários e do setor público.

Embora os encontros sejam oportunidades para resolver o impasse, até às 18h o fim desta segunda (1º) não havia sinal de avanço na negociação entre trabalhadores e empresas.

Às 10h desta terça representantes do Sindmotoristas (sindicato que representa motoristas, cobradores, mecânicos e outros trabalhadores) e dos empresários participarão de uma conversa mediada pelo TCM (Tribunal de Contas do Município).

A reunião foi convocada pela empresa municipal de transportes, a SPTrans, para apresentar dados sobre os custos da mão-de-obra no sistema de ônibus da cidade. Devem participar também técnicos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) que prestam assessoria técnica ao sindicato dos trabalhadores.

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Ônibus no terminal Parque Dom Pedro, em São Paulo (SP) durante paralisação - Danilo Verpa - 24.mar.2021/Folhapress

Pouco depois, às 11h, haverá uma audiência de conciliação no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região). O desembargador Davi Furtado Meirelles, relator do caso, afirmou em despacho que a audiência foi convocada após o sindicato dos trabalhadores alegar ausência no avanço das negociações.

O presidente do Sindmotoristas, Edivaldo Santiago, deve participar apenas da segunda reunião, da qual pode sair um novo posicionamento sobre a paralisação.

Por enquanto, o sindicato não convocou assembleia com os trabalhadores para esta terça. Se os empresários não apresentarem nenhuma nova proposta à categoria, a greve deve ter início a partir de 0h de quarta-feira (3).

Funcionários pedem reajuste de 3,69% pelo IPCA (inflação oficial), mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais na pandemia na ordem de 2,46%, índice calculado com base em dados do Dieese.

A proposta do sindicato patronal, até esta segunda, era de reajuste pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 3,23%, e nada mais. Ou seja, trabalhadores e empresas não concordam sequer sobre o parâmetro para calcular a perda pela inflação. A proposta já foi rejeitada em assembleia dos trabalhadores na última sexta-feira (28).

SPTrans e prefeitura pedem ao TRT-2 que determine a circulação de 100% da frota nos horários de pico e de 80% nos demais horários do dia.

"Em relação às motivações dos trabalhadores, a Prefeitura esclarece que apenas acompanha a negociação entre as partes e espera que os representantes da categoria e dos empresários encontrem um ponto em comum na campanha salarial sem prejuízo aos passageiros", disse a gestão Ricardo Nunes (MDB), em nota.

A SPUrbanuss, que representa as empresas de ônibus, afirmou que qualquer nova decisão nas negociações será apresentada apenas em audiência. Na última sexta, o sindicato patronal criticou a aprovação de greve em assembleia com uma audiência de conciliação agendada.

No início de maio, os motoristas suspenderam uma paralisação que chegou a ser anunciada. Isso ocorreu por causa da criação de uma mesa técnica no TCM (Tribunal de Contas do Município), que mediou as negociações entre empresas e funcionários ao longo do último mês. A suspensão foi intermediado pela Justiça do Trabalho e pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (União Brasil).

O SindMotoristas informou na época que "no período das negociações permaneceria em estado de greve para realização de ações de mobilização junto à categoria".

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