Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Em recuo, Guaíba fica abaixo da cota de inundação pela 1ª vez em um mês

Nível do lago está em 3,55 metros na manhã deste sábado (1º)

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Campinas

O nível do lago Guaíba continua em redução e ficou abaixo da cota de inundação entre esta sexta-feira (31) e este sábado (1º). A medição apontou 3,57 metros, às 6h30, na Usina do Gasômetro, na região central de Porto Alegre. Às 8h15, estava em 3,55 m.

Esta é a primeira vez que isso ocorre em um mês —desde 2 de maio não era registrada a situação. A cota de inundação neste ponto de medição é de 3,6 metros. A cota de alerta no local é de 3,15 metros.

Por estar abaixo da cota de inundação, o Guaíba não transborda neste momento.

Lago Guaíba, no Cais do Porto Mauá; nível voltou a ficar abaixo da cota de inundação - Donaldo Hadlich/Código 19/Agência O Globo

O nível na região do Gasômetro se tornou, na última semana, a nova referência oficial para acompanhar a água do lago, antes aferida no cais Mauá (onde a cota de inundação era de 3 metros, e o de alerta, 2,55 metros). O novo parâmetro foi estabelecido pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).

"A diferença de níveis de referência para inundação se dá porque as estações telemétricas encontram-se em locais diferentes da orla e com diferentes relevos. É importante ressaltar que não há alteração na medição do nível do lago, visto que o nível do Guaíba só muda com o aumento da afluência de vazões ou com represamento do escoamento", disse a secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, ao explicar a nova referência.

"Os níveis históricos seguem os mesmos, o que foi restabelecida é a referência do nível de alerta e de inundação", completou.

O número de mortos em decorrência das chuvas no Rio Grande do Sul chegou a 171 na manhã deste sábado, quando a Defesa Civil do estado confirmou mais dois óbitos, após uma semana sem registrar aumento de mortes.

Ainda há 43 desaparecidos, e mais de 617 mil pessoas continuam fora de suas casas —cerca de 13 mil a menos do que o registrado no início da semana passada.

Aos poucos, a água do lago que inundou a capital gaúcha e a região metropolitana recua, revelando ruas que ficaram submersas por um mês. A redução tem sido de cerca de 0,7 centímetro por dia.

Segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a previsão atual indica recessão da cheia, com níveis ainda elevados, mas mantendo declínio lento nos próximos dias.

A cheia atual foi a maior do Guaíba na série histórica, ou seja, desde que o nível da água é medido pelas autoridades. Chegou a 5,35 metros no dia 5 de maio, superando os 4,74 metros (então recorde) registrados em 1941, que à época, sem sistemas de comportas ou drenagem, deixou a capital debaixo d'água.

Moradores e servidores públicos intensificam a limpeza das ruas graças ao recuo da água. A redução do Guaíba permitiu ainda a abertura de novos corredores de ligação a outros municípios da região metropolitana de Porto Alegre.

Inter faz limpeza do estádio Beira-Rio e do CT Parque Gigante, após enchente do lago Guaíba, em Porto Alegre.
Inter faz limpeza do estádio Beira-Rio e do CT Parque Gigante, após enchente do lago Guaíba, em Porto Alegre. - Daniel Marenco/Sport Club Internacional
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