Explosões para obra na via Dutra geram congestionamento no sentido SP

Pista da serra das Araras passa por ampliação com previsão de conclusão em 2029; trecho terá interdição periódica

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Paracambi (RJ)

As detonações de rochas para obras de ampliação da pista na serra das Araras, no trecho da rodovia Presidente Dutra (BR-116) entre os municípios de Paracambi e Piraí, no Rio de Janeiro, começaram nesta quarta-feira (5) com a formação de congestionamentos na estrada que liga as duas cidades mais populosas do país.

As explosões acontecerão até dezembro e causarão interdições temporárias da rodovia, na altura do km 225, no sentido São Paulo. O objetivo da obra é que a ida e a volta sejam feitas pela região da atual pista de subida para a capital paulista.

Explosões para obra na via Dutra geram congestionamento no sentido São Paulo; pista da serra das Araras passa por ampliação - Eduardo Anizelli/Folhapress

Em junho estão programadas mais duas ações de implosão que vão interditar a via Dutra no período entre 11h30 e 13h30.

Nesta quarta, contudo, o trecho foi reaberto aos motoristas mais cedo, às 12h40.

O ritmo das detonações vai aumentar entre julho e outubro, com pico de 34 pontos de implosão simultâneos. Nesse período, o trecho da rodovia será interditado de segunda a quinta-feira, entre 11h30 e 13h30.

Motoristas aguardam para subir a Serra das Araras, na rodovia presidente Dutra, no sentido São Paulo, na altura do km 225, início da serra - Eduardo Anizelli/Folhapress

Atualmente, as duas vias dividem o tráfego por oito quilômetros na serra —do km 233 ao km 225— entre a subida, no sentido São Paulo, e a descida para o Rio de Janeiro. A ampliação vai contar com 24 novos viadutos para suavizar curvas, rampas de escape na descida para caminhões, passarelas e pontos de ônibus.

Na madrugada desta quarta, dia da primeira detonação, militares do Exército estiveram na serra das Araras e colocaram os explosivos nas fendas feitas na rocha. O trabalho começou ao meio-dia.

Equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e da CCR RioSP atuaram nos pontos de bloqueio para retirar todos os motoristas do trecho.

"Calculamos em 200 metros o raio de influência da área que deve ser evacuada para que seja realizada a detonação. Decidimos com a PRF fechar a pista onde tem o retorno que dá condições para o motorista voltar, caso prefira", afirmou o coordenador da CCR RioSP, Leandro Guimarães.

O autônomo Rondineli Joel, que saiu do Rio de Janeiro com destino a Barra Mansa (RJ), precisou aguardar a reabertura da rodovia. "Sabia da interdição, mas achei que ia dar tempo de passar. Menos mal que não faço esse caminho frequentemente."

Funcionários da CCR colocam pneus para conter detritos da detonação de uma rocha no km 230 da subida da Serra das Araras, na rodovia presidente Dutra, no sentido São Paulo
Funcionários da CCR colocam pneus para conter detritos da detonação de uma rocha no km 230 da subida da serra das Araras, na rodovia presidente Dutra, no sentido São Paulo - Eduardo Anizelli/Folhapress

A recomendação da PRF é que os motoristas se programem para não pararem na rodovia no horário de interdição. Caso seja necessário passar na via neste horário, a orientação é aguardar as duas horas de fechamento e não usar rotas alternativas.

Segundo a PRF, o tempo de deslocamento pelas rodovias estaduais é mais longo que o tempo de espera até a reabertura da via. Além disso, não há garantias de que as rodovias vão suportar o fluxo de veículos. Parte das rotas alternativas possui pistas sinuosas e mais estreitas.

Um dos caminhos alternativos para o sentido São Paulo é utilizar a BR-050 até Três Rios, e depois a BR-393 até Barra Mansa. Outra possibilidade é trafegar pelas cidades de Paracambi e Seropédica, na Baixada Fluminense, até chegar a Mendes.

"Há trechos de serra, risco de deslizamento, e são voltas bem grandes. O ideal é programar a viagem", afirmou José Helio, chefe da comunicação da PRF.

O prazo estimado para a conclusão da obra é 2029. Será investido R$ 1,5 bilhão, parte dos R$ 15 bilhões previstos em investimentos para a Dutra ao longo dos 30 anos de concessão da CCR RioSP.

Ao fim da obra, a pista usada hoje para descida será mantida para uso dos moradores da região e para operações de emergência.

Para realizar as detonações, técnicos da CCR RioSP cobrem os explosivos com material argiloso e borracha, o chamado "fogo cuidadoso". A intenção é diminuir ruídos e evitar a dispersão de material.

A previsão é que as detonações gerem 700 mil metros cúbicos de material retirado das rochas. Junto a outro 1,8 milhão de metros cúbicos de material terroso, esses volumes serão reaproveitados para a obra, nivelando terrenos acidentados que serão pavimentados.

A rodovia Presidente Dutra, inaugurada em 1951, teve edital de concessão aprovado em 2021. O atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), era à época ministro da Infraestrutura do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mencionou a concessão e o plano de obras como um feito do governo, durante a campanha de 2022.

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