Descrição de chapéu Obituário Bruno Costa de Brito (1992 - 2024)

Mortes: Música, cultura pop e conquistas marcaram sua vida

Produtor de conteúdo de cultura e lifestyle na Vogue, Bruno Costa, o @brogueirinho, era apaixonado pelo trabalho

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São Paulo

"Muitas das coisas que eu almejei eu estou realizando hoje."

É assim que Bruno Costa enxergava a si mesmo, pelo menos em parte. Foi assim que definiu sua trajetória em um vídeo publicado há nove meses pela Vogue Brasil, onde era produtor de conteúdo de cultura e lifestyle.

Na internet @brogueirinho, Bruno era um aficionado por cultura pop e música. A alma comunicadora deu as caras cedo, quando brincava de apresentador.

Uma pessoa posa confiante em frente a uma estrutura arquitetônica de estilo moderno, com formas geométricas simples e uma paleta de cores terrosas. O céu azul com nuvens brancas suaves serve como pano de fundo, complementando a cena com um toque de tranquilidade.
Bruno Costa (1992 - 2024) - @brogueirinho no Instagram

Foi também logo cedo que Bruno recebeu o diagnóstico de anemia falciforme, doença que afeta os glóbulos vermelhos e, assim, o transporte de oxigênio para os órgãos do corpo. Durante a vida, a doença crônica e as dores que dela resultam exigiram idas constantes ao hospital.

Na infância, o problema de saúde levou a uma previsão pessimista dos médicos sobre os anos de vida que Bruno tinha pela frente, conta o primo Renan Guerreiro, 30 —não de sangue, mas com quem cresceu.

Mas não seria a enfermidade ou a fala de alguém que definiria a vida do @brogueirinho. "Mais um tabu quebrado para a conta do divo", brinca Renan.

O sonho do garoto ficou evidente quando a mãe, Marielza da Costa, 56, encontrou e mandou jogar no lixo revistas e jornais que Bruno guardava, ainda criança. "Ele falou: ‘não, isso aqui é para a minha faculdade’", conta a mãe, que o criou sozinho desde os 5 anos em Osasco, na Grande São Paulo.

A vida acabou levando Bruno para o curso de administração de empresas. Mas foi questão de tempo até a comunicação ressurgir, em um curso técnico de produção multimídia na Etec Jornalista Roberto Marinho.

Na sequência Bruno conseguiu um estágio na Vice, onde também atuou como repórter, e depois finalmente chegou à Vogue.

Bruno dizia ter consciência do seu papel e da importância de se colocar como uma voz não binária, preta e de família humilde nos espaços que ocupava.

Talvez por isso mesmo ele guardava com carinho especial a sua reportagem sobre Liniker e Linn da Quebrada, que foi capa de uma edição da Vogue —e a primeira assinada por ele.

A verdade é que @brogueirinho era fascinado pelo trabalho. "O Bruno amava de paixão o que ele fazia. Era tudo que ele queria. Ele conquistou, ele fez e ele conseguiu", diz a mãe.

E a entrevista com a artista Kylie Minogue? Mais um sonho realizado.

Morar no centro de São Paulo, onde tudo acontece, em um apartamento dele mesmo? Check.

Outro item na lista era ir, junto ao primo, ao show histórico que Madonna fez na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no último dia 4 de maio. "Significava muito para aquelas duas crianças veadas da família", diz Renan.

Mas foi nesse mesmo 4 de maio, em meio a mais uma internação, que Bruno morreu, aos 32 anos.

"Ele realizou o sonho dele", resume Marielza.

"Ele nunca se enxergou pequeno diante de tudo que a vida tacava nele", acrescenta Renan.

Nascido em 24 de janeiro de 1992, Bruno deixa como lembranças o deboche, a alegria e o alto astral que marcaram sua passagem pela Terra. E música, claro —dele os amigos se recordarão sempre que ouvirem as músicas do álbum "Ray of Light", de Madonna.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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