Descrição de chapéu Datafolha Chuvas no Sul

Apoio a voluntários nas enchentes passa de 90% no RS

Praticamente nove em cada dez brasileiros aprova o trabalho no socorro às vítimas da tragédia; apoio é maior entre gaúchos

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São Paulo

Nove em cada dez brasileiros avaliam o trabalho de voluntários nas enchentes dos últimos meses no Rio Grande do Sul como ótimo ou bom, e entre os gaúchos a aprovação é ainda maior. É o que mostra uma pesquisa Datafolha sobre os efeitos da tragédia e as percepções sobre as mudanças climáticas.

Policiais e bombeiros de todo o país estão entre os voluntários que trabalharam durante as inundações no Rio Grande do Sul, que são consideradas o maior desastre climático na história do estado. Além disso, em vários casos a própria população das cidades atingidas ajudou nos resgates.

Quatro pessoas com capacetes laranjas e coloetes salva-vidas navegam em um barco numa inundação, onde se vê o nível da água de cor amarronzada a cima da altura de portas de construções, que são vistas ao fundo
Bombeiros militares de Rondônia trabalhando no apoio aos trabalhos de busca e salvamento de pessoas ilhadas pela inundação em São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre (RS) - Pedro Ladeira - 12.mai.2024/Folhapress

Para 96% dos gaúchos entrevistados, a atuação de voluntários nas enchentes foi considerada ótima ou boa. Apenas 4% avaliaram o trabalho como regular, enquanto e a avaliação de ruim ou péssimo ficou em 0%.

O resultado tem pequenas variações em relação à população brasileira em geral: 89% respondem que o trabalho voluntário foi ótimo ou bom, 7% que foi regular e 4% dizem que foi ruim ou péssimo.

O Datafolha entrevistou 2.457 pessoas com mais de 16 anos em todo o país, e entre elas há 567 entrevistados no Rio Grande do Sul. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, no caso da população brasileira, e de 4 pontos para a amostra estadual.

Especialistas dizem as enchentes no Sul provocaram a maior convocação da força de trabalho pública para um desastre climático no Brasil, como mostrou a Folha. Foram ao menos 110 mil servidores públicos, sendo 43,5 mil profissionais do setor público federal, 68,4 mil dos servidores estaduais do Rio Grande do Sul, e mais de mil bombeiros de todas as unidades da federação.

O número não leva em consideração os funcionários públicos municipais, pois não há dados compilados para essa categoria.

Em geral, servidores públicos são obrigados a atender às demandas do estado em casos emergenciais. Essa obrigatoriedade é prevista em estatutos, que preveem situações em que os profissionais podem ser convocados para cumprir funções extraordinárias. Servidores da Brigada Militar gaúcha, por exemplo, tiveram férias suspensas e mesmo os da reserva foram convocados.

A avaliação dos voluntários é, de longe, a melhor entre todas as categorias que tiveram desempenho aferido pelo Datafolha. Os prefeitos do Rio Grande do Sul, por exemplo, foram avaliados pela própria população com 34% de ótimo e bom, 34% de regular e 31% de ruim e péssimo.

O desempenho foi consideravelmente pior entre os prefeitos da região metropolitana de Porto Alegre, que tiveram 39% de ruim e péssimo e 27% de ótimo e bom. No interior gaúcho, metade dos entrevistados avaliou as gestões municipais com ótimo e bom, e só 16% com ruim e péssimo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Eduardo Leite (PSDB) tiveram avaliações semelhantes na condução do socorro à tragédia. A condução do presidente foi considerada ótima ou boa por 36% da população brasileira e o governador gaúcho, por 35%. Já a rejeição, ou seja, a parcela que considera a condução das autoridades ruim ou péssima é pior para Lula (32%) do que para Leite (23%).

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul deixaram ao menos 179 pessoas mortas —o número pode aumentar, uma vez que 33 pessoas ainda estão desaparecidas.

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