Gil Rugai, condenado por matar pai e madrasta, é solto após 20 anos

Preso desde 2004 e condenado a 33 anos, ele obteve progressão de regime e cumprirá o resto da pena em liberdade; Promotoria diz que deve recorrer

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São Paulo

O ex-seminarista Gil Rugai, 44, condenado a 33 anos de prisão por matar o pai e a madrasta, foi solto nesta quarta-feira (14), após a Justiça de São Paulo conceder progressão para o regime aberto. Ele estava preso desde 2004.

Por volta das 15h, Rugai deixou o complexo penitenciário de Tremembé, no interior paulista, conhecido por abrigar condenados em crime de grande repercussão midiática. Ele será monitorado por tornozeleira eletrônica e receberá visitas periódicas de um policial.

Gil Rugai foi condenado por matar o pai e a madrasta - Leonardo Soares - 18.fev.2013/UOL

O pedido de progressão para o regime aberto foi protocolado em 2023. No processo, o Ministério Público se manifestou foi contra a mudança, destacando a periculosidade do preso.

No entanto, a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, do Departamento Estadual de Execução Criminal, afirmou em sua decisão que, principalmente pela boa conduta enquanto encarcerado, Rugai "comprovou a presença dos requisitos legais necessários" para a progressão do regime.

A Promotoria afirma que deve recorrer da decisão.

Procurada, a defesa de Gil Rugai não atendeu às ligações da reportagem.

Entenda o caso

Gil Rugai foi responsável, segundo as investigações, pela morte do pai e da madrasta. O empresário Luiz Rugai e a mulher, Alessandra Troitino, foram assassinados a tiros em casa, no bairro de Perdizes (zona oeste de São Paulo), em 2004.

Exames realizados em uma marca de sapato deixada na porta da sala de vídeo —onde Luiz teria tentado se esconder— apontaram que quem arrombou a porta teria lesões nos pés.

O IC (Instituto de Criminalística) realizou então exames de ressonância magnética da planta dos pés de Gil Rugai, que apontaram tais ferimentos.

Antes do crime, as vítimas tiveram a preocupação de trocar as fechaduras da casa, onde Gil Rugai havia morado até dias antes das mortes. A polícia descobriu que a fechadura dos fundos da residência, porém, não havia sido trocada.

No dia do crime, nada foi roubado. Durante as buscas na casa, a polícia encontrou uma nota fiscal de compra de um coldre para pistola 380, mesmo calibre usado para matar o casal, munição e um certificado de conclusão de curso de tiro em nome de Gil Rugai.

Além das provas colhidas na casa, a polícia levantou a hipótese de o crime ter ligação com o afastamento do filho da empresa do pai, a Referência Filmes.

Gil Rugai estaria envolvido em um desfalque de cerca de R$ 100 mil na empresa e por isso teria sido demitido do departamento financeiro. A madrasta, segundo o gerente do banco onde a Referência Filmes tinha conta, proibiu que o enteado a movimentasse.

Uma pistola foi encontrada durante a limpeza da tubulação de esgoto de um prédio nos Jardins (zona oeste da capital), onde Gil Rugai tinha um escritório. Segundo os peritos, a arma foi usada para matar o casal.

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