Descrição de chapéu acidente aéreo

Investigadores já extraíram todos os dados de caixa-preta de avião; corpos podem ser liberados neste domingo

Investigação sobre causas do acidente é do Cenipa, com apoio de agência da França e do Canadá

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Vinhedo (SP)

O órgão responsável pela investigação sobre a queda do voo 2238 da Voepass, que deixou 62 pessoas mortas, anunciou neste domingo (11) que extraiu 100% dos dados da caixa-preta da aeronave.

"Toda a gravação das duas caixas pretas, de voz e de dados, foram codificadas com sucesso", afirmou o brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão da Força Aérea responsável por investigar acidentes de aviões.

Destroços do avião da Voepass que caiu em Vinhedo (SP), a 79 km da capital, nesta sexta-feira (9) - Bruno Santos/Folhapress

Com o fim do resgate dos corpos na noite de sábado (10), o trabalho em Vinhedo (no interior de São Paulo) agora está concentrado na busca pelas causas do acidente. Todos os mortos já foram transferidos para o IML (Instituto Médio Legal), em São Paulo, para identificação.

A expectativa é que os primeiros corpos sejam liberados ainda neste domingo, para que os familiares possam dar início aos enterros.

A informação foi dada por funcionários do Instituto Oscar Freire, em São Paulo, onde é realizado o trabalho pericial, e confirmada por membros da Defesa Civil. Tudo depende, porém, dos trâmites legais e da disposição das famílias.

Com os primeiros dados sobre o acidente, o chefe do Cenipa confirmou que não houve comunicação entre o comandante da aeronave e a torre de controle —informação que já vinha sendo emitida pelas autoridades. As investigações tentarão, agora, entender se isso se deu por falha técnica no sistema de comunicação do avião.

Até agora, apenas dois corpos foram identificados: do piloto, Danilo Santos Romano, e do copiloto, Humberto de Campos Alencar e Silva.

Outras 30 vítimas, porém, estão em processo encaminhado de reconhecimento. As informações sobre elas já foram catalogadas pela polícia científica, que cruza suas informações com as passadas por familiares (sobre características físicas, tatuagens e marcas de cirurgia) para confirmar as identidades.

Os trabalhos no residencial Recanto Florido, em Vinhedo, continuam neste domingo (11). O Cenipa não sabe estimar quando os destroços serão removidos, sobretudo os motores, considerados cruciais para a investigação.

"Os dados das caixas pretas foram extraídos e agora aguardamos nossos investigadores, que ainda estão aqui, regressarem a Brasília para transformar esse número enorme de dados em informação útil para a sociedade", declarou Moreno.

Segundo o Cenipa, um relatório preliminar deve ser emitido em 30 dias. O órgão destacou que não há a possibilidade de concluir esse documento em tempo menor, uma vez que é necessário cumprir protocolos internacionais de investigação de acidentes aéreos.

"Seguindo esses protocolos, temos por dever convidar os países envolvidos na fabricação dessa aeronave", complementou Moreno.

A Agência Francesa BEA (equivalente ao Cenipa), chegou ao local pela m anhã para integrar a investigação. A aeronave ATR 72-500 é de fabricação francesa.

O órgão brasileiro aguarda ainda a chegada da agência canadense TSB, que deve apurar se no momento da queda os dois motores da aeronave tinham potência —o equipamento é canadense.

Até que todos os órgãos concluam suas respectivas atribuições, o local seguirá interditado. O receio do Cenipa é de que a remoção rápida dos destroços incorra em algum prejuízo à investigação.

A aeronave caiu na sexta-feira (9), durante viagem de Cascavel (PR) a Guarulhos (Grande São Paulo), na área de uma casa no condomínio Recanto Florido, no bairro Capela. Imagens feitas por moradores mostram o avião em queda livre e, na sequência, uma explosão seguida por muita fumaça.

O acidente matou os 58 passageiros e os quatro tripulantes que estavam a bordo. Inicialmente, foi divulgado que 61 pessoas estavam no avião. Mas, neste sábado (10), a Voepass afirmou que o nome de um passageiro, Constantino Thé Maia, não constava da lista de embarcados.

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