'É complicado voltar ao normal', diz morador de condomínio onde caiu avião da Voepass

Apenas duas famílias continuam fora de suas casas; bloqueios e presença de autoridades diminuíram no local

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Vinhedo (SP)

No segundo dia após o acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP), a rotina no residencial Recando Florido, onde a aeronave caiu, começa a voltar à normalidade.

O vai e vem de moradores no condomínio, situado no bairro Capela, é tranquilo na manhã deste domingo (11). Os bloqueios impostos na portaria desde a tarde de sexta-feira (9) se restringem agora à propriedade onde ainda há destroços do ATR 72-500, da Voepass —antiga Passaredo.

No local, o fluxo de autoridades é muito menor. Agentes do Cenipa (Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) aguardam a retirada dos dois motores da aeronave para encerrar a força tarefa instituída desde as primeiras horas após o acidente, na sexta.

Imagem aérea de um acidente de avião, mostrando destroços espalhados em uma área verde. Há fumaça saindo dos destroços, que estão próximos a uma construção e árvores ao redor.
Um avião de médio porte caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, em uma área no bairro Capela - Reprodução TV Globo

Os dois motores da aeronave devem ser removidos pela Voepass ainda neste domingo. Eles seguirão para São Paulo e, em seguida, Brasília, onde será feita a perícia pelo Cenipa, órgão ligado à Força Aérea Brasileira.

Esse trabalho demorou mais que o esperado pela falta de iluminação durante à noite.

O trabalho de remoção dos 62 corpos que estavam na aeronave foi concluído no fim da noite de sábado (10). Os cadáveres foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo, onde ocorre a identificação de cada uma das vítimas.

No residencial, apenas duas famílias estão fora de suas casas. Uma delas reside na propriedade onde os trabalhos de remoção dos destroços acontecem. A segunda vive no imóvel ao lado e, segundo informações de moradores, está muito abalada.

Um grupo de investigadores da França também participa dos trabalhos, a convite da Força Aérea Brasileira.

Morador do condomínio há quase 20 anos, o mestre de obras Pedro Cardoso, 68, disse à Folha que há um clima melancólico entre os vizinhos. "É complicado voltar ao normal, mas estamos retomando a normalidade".

Na portaria, um controlador de acesso disse que a liberação de moradores acontece apenas com a apresentação da identidade, destacando que está proibido de emitir informações.

Alguns policiais militares e civis acompanham os trabalhos. Moradores que passam pelo local nesta manhã evitam a imprensa.

Quem passa pela rua em frente ao condomínio reduz a velocidade para olhar o movimento do local onde aconteceu o acidente aéreo mais letal dos últimos 17 anos.

A remoção de todas as peças restantes deve ser concluída ainda neste domingo. Além dos motores, a cauda da aeronave também é considerada importante para as investigações.

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